25 ABR 2024 | ATUALIZADO 16:17
POLÍTICA
AGÊNCIA O GLOBO
23/04/2019 15:20
Atualizado
23/04/2019 15:20

Relator vota pela redução da pena de Lula no caso do tríplex do Guarujá; assista ao vivo

O ministro Felix Fischer , relator dos processos da Lava-Jato no Superior Tribunal de Justiça ( STJ ), votou nesta terça-feira para reduzir para oito anos, dez meses e 20 dias a pena aplicada ao ex-presidente Luiz Inácio Lulada Silva no processo do tríplex do Guarujá

O ministro Felix Fischer , relator dos processos da Lava-Jato no Superior Tribunal de Justiça ( STJ ), votou nesta terça-feira para reduzir para oito anos, dez meses e 20 dias a pena aplicada ao ex-presidente Luiz Inácio Lulada Silva no processo do tríplex do Guarujá. Ao começar o julgamento, o presidente da Quinta Turma, Reynaldo Soares da Fonseca, rejeitou o pedido da defesa do ex-presidente, que pedia o adiamento do julgamento.

Em janeiro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) condenou Lula a 12 anos e um mês pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se o voto do relator prevalecer, isso permitirá uma progressão de regime mais rápida para Lula.

Em decisão tomada em novembro do ano passado, Fischer havia negado o recurso da defesa, que recorreu, levando o caso para julgamento na Quinta Turma. Agora, o relator reviu parte do seu entendimento sobre o caso, reduzindo a pena. Para terminar, faltam os votos de outros três ministros da Quinta Turma do tribunal: Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Ribeiro Dantas. O ministro Joel Ilan Paciornik não vai participar do julgamento porque o advogado dele também defende a Petrobras, que é assistente de acusação no caso.

O voto do relator tem mais de 170 páginas, mas ele leu apenas um resumo. Fischer rejeitou os argumentos da defesa que tentavam anular a condenação ou, ao menos, levar o processo para a Justiça Eleitoral, o que, na prática, faria começar tudo de novo, livrando-o da prisão. Mas, sem entrar em muitos detalhes, afirmou que deixaria de aplicar alguns fatores que levaram ao aumento da pena no TRF-4. A pena estipulada por Fischer é menor até mesmo que a aplicada na primeira instância pelo ex-juiz federal Sérgio Moro, que condenou Lula a nove anos e seis meses.

O ministro voltou a pontuar alguns itens que já tinha sustentado na decisão tomada no ano passado, como a de que Moro tinha sim a atribuição de conduzir o julgamento do caso. E apresentou alguns novos, rejeitando que documentos novos da delação da OAS fossem anexados. Ele também se manifestou contra a tese da defesa de que o caso deveria ir para a Justiça Eleitoral. Os advogados de Lula sustentam que as acusações teriam ligação com delitos eleitorais. E uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) estabelece que crimes como corrupção, quando conexos com crimes eleitorais, devem ser julgados na Justiça Eleitoral, e não na Justiça Comum.

— Muito embora suscite o agravante um cenário hipotético eleitoral, a ação de usar dinheiro oriundo de crime em campanha eleitoral não é definido como crime eleitoral na lei — disse Fischer.

Lula teve sua condenação em segunda instância confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) em janeiro de 2018.

Os desembargadores entenderam que o tríplex do Guarujá (SP), construído e equipado para o petista pela empreiteira OAS, era pagamento de propina por contratos da construtora com a Petrobras na gestão de Lula na Presidência.

Em abril do ano passado, Lula foi preso e começou a cumprir a pena, após o Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmar a possibilidade de início do cumprimento da pena após condenação confirmada em segunda instância.

No fim de 2018, o recurso de Lula foi analisado pelo relator da Lava-Jato no STJ, o ministro Felix Fischer. Em decisão individual, Fischer negou o recurso e decidiu encerrar a questão no STJ. A defesa de Lula recorreu por meio de um agravo regimental, recurso que precisa ser analisado pelo colegiado. É esse recurso que vai ser levado à Quinta Turma nesta terça-feira.


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