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DA REDAÇÃO, COM INFORMAÇÕES DO FANTÁSTICO
20/05/2019 12:21
Atualizado
20/05/2019 13:15

Pesquisa da UFERSA é usada como base para a revisão do uso de agrotóxicos nocivos à abelhas

O trabalho desenvolvido pelo pesquisador Dayson Castilhos será base para ajudar o Promotor Daniel Martini, do Rio Grande do Sul, a abrir um processo que visa punir os produtores que fazem uso indiscriminado desses produtos. Abelhas são responsáveis, além da produção de mel, pela polinização de várias espécies em lavouras e também em matas nativas.
Segundo Dayson Castilhos, o agrotóxico fipronil foi detectado em 92% das amostras de abelhas utilizadas na pesquisa.
FOTO: REPRODUÇÃO

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), no Rio Grande do Norte, sobre a morte de abelhas ocasionadas pelo uso de inseticidas, será usada por um promotor público do Rio Grande do Sul, com o objetivo de tentar proibir o uso indiscriminado desses produtos.

Segundo o pesquisador Dayson Castilhos, o que mais mata as abelhas no Brasil são os agrotóxicos. Ele, juntamente com uma equipe de pesquisadores da universidade, recolheu amostras de abelhas, de 2014 a 2017, e realizaram diversas análises em laboratórios.

Os cientistas concluíram que, em 4 anos, 770 milhões de abelhas foram mortas, em 18 estados, devido ao uso de dois tipos de inseticidas: os Neonicotinoides (derivado da nicotina) e Fipronil.

“Hoje esses agrotóxicos são os mais utilizados na agricultura. O fipronil foi detectado em 92% das nossas amostras”, explica Dayson.

Para o promotor público Daniel Martini, do Rio Grande do Sul, os estudos que comprovam a mortandade de abelhas pelos agrotóxicos permitem a abertura de um processo para responsabilizar produtores que façam uso desses produtos sem o devido cuidado.

“Nós agora atingimos o momento de responsabilização de toda a cadeia. O que, antigamente, era uma mera especulação ‘o agrotóxico pode matar abelhas’, hoje tem uma comprovação laboratorial”, explica o promotor.

No Brasil existem 53 agrotóxicos registrados que tem como base o fipronil. Eles foram liberados depois da análise de 38 estudos e possuem regras claras de uso. A pulverização aérea, por exemplo, é proibida.

O Ibama, por sua vez, disse que vai reavaliar o uso do fipronil, com base nos novos estudos divulgados pelos pesquisadores.


IMPORTÂNCIA DAS ABELHAS

Abelhas são responsáveis, além da produção de mel, pela polinização de várias espécies em lavouras e também em matas nativas.

Elas são extremamente importantes para o desenvolvimento de plantas, flores e frutas, atuando no ecossistema disseminando o pólen entre as plantas.

Quando as abelhas sugam o néctar de uma flor e seguem para outra elas realizam o trabalho de polinização através das diversas partes das flores.

No Rio Grande do Norte os produtores chegam a alugar colmeias de abelhas para ajudarem na produção de melões, um importante produto da economia local.

Contudo, devido ao uso desenfreado dos agrotóxicos, mais de 500 milhões de abelhas morreram de dezembro de 2018 a abril de 2019, nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Segundo os pesquisadores, esse número pode ser ainda maior, visto que nem todo os apicultores registram as suas perdas.


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