Denunciado na Justiça pelo Ministério Público Estadual por ter dado sete facadas em Francisco José da Silveira de Sousa, no dia 23 de maio de 2010, o motorista Antônio Conrado Neto, de 49 anos, terminou sendo condenado a apenas 2 anos e 8 meses de prisão em regime aberto.
Veja sentença na INTEGRA.
O julgamento aconteceu na manhã desta quarta-feira, 1º de junho, no Fórum Municipal Silveira Martins. O réu estava em liberdade, aguardando a reunião da sociedade para julgar seu crime de tentativa de homicídio, no caso contra o amigo Francisco José da Silveira de Sousa.
O crime aconteceu no bairro Aeroporto II, em Mossoró. A vítima Francisco José Silveira de Sousa bebia num bar em frente de casa, na Av. Felipe Camarão, quando o acusado chegou pedindo para ele não perturbar a sobrinha Júlia Bezerra Pontes, por quem a vítima era apaixonada.
Ao Poder Judiciário, Antônio Conrado contou que ficou sabendo que Francisco José Silveira de Sousa já havia comprado um revólver para matar sua sobrinha e que o assassinato seria no dia seguinte. Disse que é amigo de infância da vítima e não lembra quantas facadas deu.
Já Francisco José Silveira de Sousa confirmou ao Poder Judiciário que realmente estava apaixonado por Júlia Bezerra Pontes e que havia uns três meses que estava tentando namorar com ela. Ele contou que no dia se aproximou de Antônio Conrado já sabendo o assunto.
Francisco José Silveira disse, na Justiça, que estava sim tentando namorar a jovem Júlia Bezerra Pontes, mas que se a família não aceitasse ele poderia deixar de procurá-la e mesmo assim Antônio Conrado teria sinalizado intenção de viver em paz.
Segundo a vítima contou ao delegado Denis Carvalho da Ponte, Antônio Conrado perguntou se Francisco José Silveira tinha arma e este teria respondido que não tinha, explicando que não tinha inimigos. “Já que você não tem arma, eu tenho esta aqui para você”, relatou a vítima ao delegado, ainda hospitalizado, onde se recuperava das 7 facadas que sofreu.
A vítima foi amparada pela jovem Júlia Bezerra Pontes, que mora próximo. Ela contou que ouviu os gritos, foi ver e lá o encontrou sangrando. Disse que o colocou sentado e ajudou a chamar o SAMU para socorrê-lo. Ela confirmou que realmente a vítima era apaixonado por ela.
O julgamento começou às 8h com o sorteio dos membros do Conselho de Sentença. A defesa do réu foi feita pelo advogado Sávio José de Oliveira. Já acusação ficou por conta do promotor de Justiça Armando Lúcio Ribeiro. Os trabalhos tiveram a presidência do juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros.
O julgamento
O promotor Armando Lúcio Ribeiro pediu a condenação do réu por tentativa de homicídio em sua forma qualificada, ou seja, poderia pegar acima de 12 anos de prisão. Já o advogado de defesa Sávio José de Oliveira defendeu tese de que o crime teria sido simples.
Ao final do julgamento, o Conselho de Sentença, formado por sete pessoas da sociedade, condenou o réu por homicídio simples. Na dosimetria da pena, o juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros, seguindo o previsto em Lei, aplicou pena de 2 anos e 8 meses ao réu em regime aberto, ou seja, basta se apresentar e assinar um livro por este período.