20 DEZ 2025 | ATUALIZADO 19:01
MOSSORÓ
Cezar Alves
23/01/2022 22:30
Atualizado
24/01/2022 07:15

Alta do dólar e tarifa por excesso hídrico levam prejuízo ao produtor rural

Além destes dois fatores, os pequenos agricultores também enfrentam a concorrência predatória dos grandes produtores da região. A Secretaria Municipal de Agricultura disse que realmente os pequenos produtores da região de Mossoró estão sofrendo com a conta de energia devido a questão de outorga dos poços que usam e sem esta outorga a conta de energia deles não é tarifa verde. "Já estamos resolvendo esta questão para ajudar pequenos produtores, como Alcebir Bessa, a melhorar a produção e ampliar, se for o caso, explica Raniere Barbosa, da Secretaria Municipal de Agricultura. Confira VÍDEOS.
Além destes dois fatores, os pequenos agricultores também enfrentam a concorrência predatória dos grandes produtores da região. A Secretaria Municipal de Agricultura disse que realmente os pequenos produtores da região de Mossoró estão sofrendo com a conta de energia devido a questão de outorga dos poços que usam e sem esta outorga a conta de energia deles não é tarifa verde. "Já estamos resolvendo esta questão para ajudar pequenos produtores, como Alcebir Bessa, a melhorar a produção e ampliar, se for o caso, explica Raniere Barbosa, da Secretaria Municipal de Agricultura. Confira VÍDEOS.
Foto: Pedro César

A produção do pequeno agricultor na zona rural, na região de Mossoró, está praticamente inviabilizada pelo alta do dólar, pela tarifa extra por excesso hídrico e pela ação predatória dos grandes fruticultores da região.  

Quem explica o quadro preocupante é o agricultor Valcebir Bessa de Lima, da Agrovila Pomar, na Maísa, que tem três áreas plantadas de feijão, melancia, melão, jerimum e hortaliças orgânicas, que gera 12 empregos diretos e outros 12 indiretos ao longo do ano.

Com relação a alta do dólar, o agricultor disse que o adubo disparou quase 250%. Segundo ele, o que era 80 reais, hoje chega a 200 reais. Alcebir também destacou outros produtos usados na produção que são importados e que agora são inviáveis seu uso.


O segundo ponto que prejudica o pequeno produtor é a conta de energia, que está vindo 15% acima do normal, devido a uma taxa de excesso hídrico. Um terceiro ponto, também altamente destrutivo ao pequeno agricultor é a concorrência com o grande produtor.

Alcebir Bessa explicou que o grande produtor que produz melão e melancia para o mercado externo, lucra com a alta do dólar vendendo em outros países e massacra o pequeno produtor jogando seu rejeito (melão manchado ou com açúcar baixo) no mercado local.

O produtor lembra que o preço justo da melancia é 1 real. Entretanto, quando chega no período de junho a dezembro, os grandes produtores jogam a melancia no mercado local a 30 centavos o kg. Tira o produto de qualidade da mesa do consumidor local.

Ainda segundo Alcebir Bessa, o único produto que não caminha para dá prejuízo nestes tempos de dólar alta e conta de energia 15% a mais, é a hortaliça orgânica. “Está nós produzimos e vendemos pelo preço justo no mercado local”, explica.

Na prática, o produtor disse que segura a produção de feijão, porque consegue repassar para o consumir final local, mesmo encarecendo. Ele lembra que repassava de 2,80 e hoje repassa a 4 reais. Ele pede que as autoridades tomem providências.


Prefeitura Mossoró vai ajudar os pequenos produtores a conseguir energia com tarifa verde


O MH procurou o técnico da Secretaria de Agricultura de Mossoró, Raniere Barbosa, para ele explicar melhor sobre o acréscimo de 15% na conta de energia. Ele disse que na verdade é uma questão da Secretaria Estadual Meio Ambiente e Recursos Hídricos, através do IGARN.

Este aumento de 15% ocorre porque os pequenos produtores não têm outorga do poço que usa para abastecer suas plantações pagando tarifa verde. Para conseguir esta outorga é um custo muito alto para o pequeno produtor, algo em torno de mil reais.

Raniere Barbosa assegurou que a Prefeitura Municipal, através do Mossoró Rural, já está executando um programa para ajudar os pequenos produtores a ter a outorga por um valor mais em conta e conseguir a conta de energia com tarifa verde.

Este programa de outorga do Governo do Estado é para evitar o que aconteceu na região de Baraúna-RN. Sem controle da extração de água pelas grandes empresas, o lençol freático daquela região secou, prejudicando, em especial, os pequenos produtores rurais.

Com as medidas adotadas pelo programa Mossoro Rural, Raniere Barbosa acredita que pequenos produtores como Alcebir Bessa e centenas de outros, que abastece o mercado local com bons produtos, serão beneficiados com a outorga/tarifa verde.


Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário