25 ABR 2024 | ATUALIZADO 17:39
MOSSORÓ
19/11/2019 17:10
Atualizado
19/11/2019 17:11

Túmulos eram vendidos por até R$ 32 mil em cemitérios de Mossoró

A organização criminosa com atuação na cidade, descoberta através de investigação do Ministério Público, é responsável pelos os crimes de concussão, corrupção passiva, violação de sepultura e vilipêndio de cadáver.
FOTO: DIVULGAÇÃO

A operação Luctus, deflagrada nesta terça-feira (19) pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, descobriu um esquema fraudulento de cobranças e recebimentos de valores indevidos relacionados a lotes dos cemitérios públicos Novo Tempo e São Sebastião, em Mossoró.

A operação contou com o cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão.

A operação é resultado de uma investigação realizada pela 11ª Promotoria de Justiça de Mossoró e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para apurar os crimes de concussão, corrupção passiva, violação de sepultura e vilipêndio de cadáver.

Os crimes foram cometidos por uma organização criminosa que atua na cidade, tendo funcionários públicos como integrantes.

A organização criminosa envolve outros servidores públicos municipais e prestadores particulares de serviço, entre atravessadores e corretores dos lotes.

As provas obtidas na investigação revelam todo o modus operandi da organização criminosa e deixam evidente a reutilização de túmulos, valores cobrados, comissões repassadas aos coveiros e atravessadores e demais detalhes dos crimes cometidos.

A comercialização dos jazigos era baseada em valores que variavam de R$ 18 mil a R$ 32 mil por sepultura.

A investigação aponta o envolvimento de um dos investigados na organização criminosa formada para obter vantagem ilícita no âmbito dos cemitérios públicos de Mossoró.

Ele é o responsável por comandar a atuação da organização criminosa no Cemitério São Sebastião (cemitério antigo). Um outro investigado, apontado como principal membro da organização no local, operacionaliza as principais ações do grupo criminoso.

Outro agravante é que as investigações constataram que um dos líderes do grupo investigado procurou as testemunhas a fim de orientá-las para as perguntas do Ministério Público, obstruindo, desse modo, a apuração da verdade.

Ainda no mesmo contexto, o principal investigado orientou uma pessoa a retirar as denúncias sobre as vendas de terrenos nos cemitérios.

A investigação também identificou que a organização criminosa, sem autorização das famílias nem respaldo em lei ou regulamento, violava sepulturas e vilipendiava os restos mortais, tudo para terem disponíveis novos jazigos para negociações ilícitas.

O destino final dos corpos, inclusive, é uma informação a ser elucidada nas investigações do MPRN.

As buscas e apreensões objetivaram encontrar mais material com conteúdo referente a transações financeiras envolvendo a comercialização de terrenos/túmulos nos cemitérios de Mossoró, produzido pelos investigados nos locais autorizados no mandado judicial de busca e apreensão; busca de aparelhos celulares e computadores, utilizados pelos investigados; demais mídias e documentos administrativos relacionados aos sepultamentos de janeiro de 2018 e até o presente.

A operação Luctus contou com a participação de 11 promotores de Justiça; 14 servidores do Ministério Público e 12 equipes policiais. O nome da operação refere-se ao termo luto, em latim.


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