06 OUT 2024 | ATUALIZADO 15:24
ESTADO
Por Josemário Alves
14/03/2016 07:06
Atualizado
14/12/2018 01:33

Onça-parda assusta moradores da zona rural de Apodi, no RN

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Animal habita na conhecida região da Pedra. Ela se alimenta de ovelhas, cabras e até jumentos. A primeira pessoa que a viu foi a dona de casa Lúcia Teófila, moradora do sítio Cachoeira.
Imagem 1 -  Onça-parda assusta moradores da zona rural de Apodi, no RN
Josemário Alves / MH

Uma onça tem aterrorizado a tranquila vida dos agricultores que moram na região da Pedra, na zona rural de Apodi/RN. O animal foi visto pela primeira vez em fevereiro e, desde então, tira o sono dos agricultores e tem dado prejuízos aos criadores.

A primeira pessoa que a viu foi a dona de casa Lúcia Teófila, de 36 anos. Ela saiu de casa à tarde, com a filha pequena, para olhar um bezerro recém-nascido, quando ficou cara a cara com a onça, de cor amarronzada.

Na ocasião, ela cogitou lutar com a fera, caso ela atacasse, mas o animal fugiu.

“Eu disse para a minha menina que gritasse para o pai, porque eu ia me abofelar com o bicho. Eu nunca tinha visto uma onça. De início, pensei que fosse uma raposa”, contou ela em entrevista ao MOSSORÓ HOJE.

Ao chegar em casa, dona Lúcia contou ao seu esposo, o agricultor Carlos Roberto, mas ele não acreditou. Dois dias depois, a onça voltou a aparecer, desta vez durante a noite.

“Nós estávamos ali na vila, quando as meninas ligaram para gente dizendo que as ovelhas estavam doidas dentro do curral. Eu peguei a moto e viemos correndo. Peguei a espingarda e fui com Lúcia para lá”, relatou Roberto.

(Foto: Josemário Alves/MH)

Ao chegar no curral, Roberto e Lúcia visualizaram apenas os olhos da onça. Ela era alta e rápida. Iluminando a fera com uma lanterna, o agricultor mirou e atirou.

“Quando Roberto atirou, a onça fez ‘uurrggg’, que estrondou tudo. Foi aí que ela correu e a gente não viu mais”, destacou Lúcia.

Desde então, somente vestígios da onça são encontrados na mata por seu Roberto, como animais mortos (que ela mata para se alimentar), rastros e fezes.

A Polícia Ambiental de Mossoró foi chamada e levou uma gaiola para tentar capturá-la, mas sem sucesso. Segundo a polícia, o animal trata-se de uma Sussuarana, também conhecida como onça-parda. Ela é típica de regiões serranas e se alimentam somente de animais pequenos.

Em entrevista ao MOSSORÓ HOJE, a Polícia Ambiental destacou ainda que a Sussuarana dificilmente ataca o ser humano, somente quando se sente acuada.

No sábado passado (12), depois de quase um mês sem aparecer, a onça foi novamente vista por moradores da zona rural de Apodi. Desta vez, na comunidade de Santa Rosa II. Na ocasião, moradores se armaram com foices, machados e facas no intuito de capturar o animal, mas não conseguiram.

Apesar de ser crime matá-la, uma vez que a Sussuarana está em extinção, Roberto destaca que só sai de casa armado.

“Quando eu não levo um facão, eu levo um machado ou uma foice. Eu só não vou de mãos abanando”, concluiu ele.

Sussuarana / Onça-parda / Onça-vermelha / Puma / Leão da Montanha

(Foto: Ilustração)

A Sussuarana é um animal solitário e prefere viver em um lugar de difícil acesso como florestas, desertos e montanhas. Geralmente caça ao entardecer. O carneiro selvagem, o veado e o caititu constituem suas presas habituais.

Os adultos se comunicam por meio de uma espécie de silvo estridente. A fêmea tem a cria em cavernas ou em cepos ocos. Os filhotes abrem os olhos com dez dias e ficam com a mãe até os 20 meses. Período de vida 12 anos. Maturidade sexual de 2 para 3 anos. Gestação de 90 a 96 dias. Números de filhotes: de 01 a 04, nascem pintados com manchas escuras no corpo.

Vive em campo, floresta e montanha. Comportamento solitário em par e sedentário. Seu pêlo é em geral bege rosado, mais pode ser cinza, marrom ou cor de ferrugem. O comprimento do pêlo varia conforme o habitat, vai de curto a muito longo. A sussuarana fica à vontade em cima das árvores; equilibra-se com a cauda felpuda ao saltar de galho em galho.

Tem aproximadamente 63 centímetros de altura, até 100 quilos e corpo de 1,2 metros.

Assista mais entrevista em reportagem de Josemário Alves

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