O Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro-RN) acusa os atuais diretores da Petrobras de articularem um plano para retirar a estatal da exploração em campos terrestres nos estados produtores. O plano, segundo informa o sindicato, visa beneficiar grupos que querem se apropriar do petróleo brasileiro, com o fechamento de centenas de campos de petróleo e gás para investir apenas no pré-sal.
Com o desinteresse da companhia nesses campos terrestres, alegando produção de menor escala, o Sindipetro-RN acusa a diretoria da estatal de colocar esses ativos à venda para criar uma indústria de petróleo e gás no Brasil. Eles alegam que existem setores interessados em abocanhar essas riquezas, caso repassem a produção terrestre para empresas pequenas e médias.
“A diretoria da Petrobras está justificando essa onda de demissões em função da crise e da queda do preço do barril do petróleo. Mas o problema é mais grave do que isso. Estão sabotando a Petrobras com o objetivo de deixar a empresa apenas na exploração do pré-sal. E isso é um crime que estão fazendo contra a nação”, diz o diretor de comunicação do Sindipetro-RN, Márcio Dias.
Conforme explicou Márcio, a orientação adotada pela atual direção da Petrobras é omitir a informação ao público, e concentrar recursos em atividades de exploração e produção na área do pré-sal com a alegação de que os campos maduros são subaproveitados pela companhia.
"Classificamos essa ação como uma conspiração contra a empresa e contra os estados produtores de petróleo na área terrestre", diz o diretor.
Através de sua diretora, Solange Guedes, o Sindipetro-RN pretende mobilizar todas as empresas que prestam serviços terceirizados, para que promovam descontos nos contratos. O sindicato informa que as prestadoras de serviços estão realizando uma grande demissão de trabalhadores em Mossoró e contratando outros profissionais com salários menores.
Segundo dados do Sindipetro-RN, no auge da exploração do petróleo na cidade, havia cerca de 15 mil trabalhadores. Hoje, com a redução da produção, apenas 8 mil terceirizados estão atuando.
“Os empregados próprios da empresa também estão sendo reduzidos, através de plano de demissão voluntária, ou sendo transferidos para outras cidades. A ideia deles é esvaziar e retirar a Petrobras da região. Isso será um desastre para a economia do Rio Grande do Norte e também para outros estados produtores”, lamenta Márcio Dias.