O andarilho Francisco Antônio de Melo Gonçalves, o Pernalonga, de 41 anos, foi condenado a 17 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato do comerciante Christian Noronha Lopes dos Santos, de 47 anos, no dia 20 de março de 2025, no Centro de Mossoró-RN.
O Tribunal do Júri Popular de Pernalonga aconteceu no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins, nesta quarta-feira, dia 19 de novembro de 2025, sob a presidência do juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros, da 1ª Vara Criminal de Mossoró.
Na acusação, atuou o promotor de Justiça Italo Moreira Martins, com assistência das advogadas Carolina Rosado de Sousa Costa e Lyddianny Lysandra Silveira. Já na defesa, atuou a advogada Maria Clívia Duarte. O júri começou de 9 horas e terminou às 14h30.
O juiz Vagnos Kelly abriu os trabalhos fazendo o sorteio dos sete membros do Conselho de Sentença. Composto por 5 homens e duas mulheres, o Conselho de Sentença analisou as provas apresentadas pela acusação e depois pela defesa, para, só então, decidir.
As testemunhas do processo não foram convocadas pela defesa e nem pela acusação para prestar esclarecimentos no plenário. O réu falou abertamente sobre o ocorrido em juízo. Procurou explicar seu ato, dizendo que não tinha a intenção de matar.
O promotor Italo Moreira Martins e as assistentes Carolina Rosado e Lysandra Silveira, pediram a condenação do réu por homicídio duplamente qualificado. Detalharam que Pernalonga matou o comerciante Christian por motivo fútil e de tal maneira que dificultou a defesa.
As provas expostas pelo MPRN mostram que o réu chegou ao comércio da vítima pedindo 2 reis, sendo que o filho da Christian, Gabriel Noronha, falou que não tinha, pois, naquele estabelecimento, era funcionário e só recebeu proventos no final do mês.
Devido à recusa para lhe dá 2 reais, Pernalonga começou a proferir desaforos, sendo que neste momento, Christian saiu em defesa do filho e de seu negócio, tentando afastá-lo do ambiente, momento que o réu sacou uma tesoura pontiaguda e o furou na altura do coração.
A vítima foi socorrida pelo filho para o Hospital Wilson Rosado, que fica próximo. Apesar dos esforços dos médicos, a vítima faleceu em função da estocada de tesoura na altura do coração. O caso ganhou grande comoção popular, pela família e pelas amizades da vítima.
A defesa patrocinada pela advogada Maria Clívia Duarte procurou demonstrar, aos sete jurados no plenário do TJP, que o crime, na verdade, foi simples, ou seja, não foi por motivo fútil e menos ainda sem chances de defesa da vítima Christian Noronha.
Ao final dos debates, o Conselho de Sentença foi convocado a sala secreta pelo juiz Vagnos Kelly, onde decidiram por acatar, integralmente, a tese defendida pelo promotor Italo Moreira Martins e as duas assistentes de acusação em plenário.
Diante dos quesitos votados pelos sete jurados, a pena inicial aplicada foi de 21 anos de prisão. Porém, como Pernalonga confessou o crime e não tem outras condenações, o juiz Vagnos Kelly, na dosimetria, reduziu para 17 anos e 6 meses de prisão, inicialmente em regime fechado.
A advogada de defesa, Clivia Duarte, disse que não concorda com o resultado e vai recorrer. Já o promotor Ítalo Moreira Martins disse que o resultado atende ao pleito do Ministério Público. O filho da vítima, Gabriel Noronha, falou que justiça foi feita.