05 DEZ 2025 | ATUALIZADO 23:37
ECONOMIA
17/11/2025 19:33
Atualizado
17/11/2025 19:40

Devido a qualidade da água, produtor de alface orgânico encerra produção

O engenheiro agrônomo Rodrigo Benjamim levou 25 anos para instalar a linha de produção de alface orgânico na Fazenda Hortevida, com água do rio Apodi/Mossoró. Porém, devido a água de Santa Cruz não chegar à barragem de Lagoa de Pau, os níveis de sais na água aumentarem na água acumulada e inviabilizou o plantio de alface orgânico, gerando um prejuízo superior a R$ 100 mil reais, desemprego desabastecimento de alface no mercado de Mossoró. O MOSSORÓ HOJE alertou o fato no início de outubro e o Governo do Estado, através do presidente do IGARN, não demonstrou interesse em liberar água suficiente.
O engenheiro agrônomo Rodrigo Benjamim levou 25 anos para instalar a linha de produção de alface orgânico na Fazenda Hortevida, com água do rio Apodi/Mossoró. Porém, devido a água de Santa Cruz não chegar à barragem de Lagoa de Pau, os níveis de sais na água aumentarem na água acumulada e inviabilizou o plantio de alface orgânico, gerando um prejuízo superior a R$ 100 mil reais, desemprego desabastecimento de alface no mercado de Mossoró. O MOSSORÓ HOJE alertou o fato no início de outubro e o Governo do Estado, através do presidente do IGARN, não demonstrou interesse em liberar água suficiente.
Foto: Luciano Honorato

Em função da água da Barragem de Santa Cruz, em Apodi-RN, não ter chegado a região de Lagoa de Pau, em Mossoró-RN, a Hortivida parou a produção alface na tarde desta segunda-feira, 17.

O agrônomo Rodrigo Benjamim, que montou a empresa há cerca de 25 anos, está iniciando o processo de demissão de 8 servidores que trabalham em duas hectares de hortas.

Ele explicou que a água do rio Apodi/Mossoró, que era pra ser perene com a liberação das comportas da Barragem de Santa Cruz, ficou salobra. O certo era 0,4 e está com 1,4.

Havia uma esperança, que após os alertas feitos pelos moradores de São João da Varzea, em Mossoró, e Lagoa de Pau, em Governador, o Governo do Estado liberasse mais água.

Entretanto, aumentaram a vazão das comportas da Barragem, de 1,3 mil litros de água por segundo para 2,2 mil litros de água por segundo, insuficiente para chegar a Mossoró.

A reportagem do MH, confirmou com os moradores que, na verdade, a água de Santa Cruz nunca perenizou o leito rio Mossoró no trecho Governador Dix-sept Rosado/Mossoró.

O morador Jair Etelvino, da comunidade de Maxixe, que fica entre as duas cidades, disse que sempre após o inverno, o rio seca e só no inverno do ano seguinte é que vai ver água de novo.

Seu Etelvino confirma que a Barragem de Santa Cruz nunca cumpriu a missão para qual foi construída pelo Governo Federal e inaugurada no dia 11 de março de 2002, em Apodi-RN.

A água que irriga o leito do rio no trecho entre Governador e Mossoró é de um olho d’água natural, conhecida como Poço Feio, no território de Governador Dix Sept Rosado.

Este olho d’água, reduziu a quantidade de água que jorra dentro do leito do rio, fazendo o nível baixar e a salinidade disparar nos locais de água parada, com na Barragem de Lagoa de Pau.

Depois que esta barragem parou de verter, o leito do rio praticamente secou na região de São João da Várzea, no território de Mossoró.

Manoel Lopes Bezerra Neto, conhecido por Castelo, disse que cria 34 ovelhas e está alimentando com o resto de vegetação de uma horta de coentro que fica perto da região da ponte.

“E acabou-se, lá. Não sei mais o que fazer. Não tenho mais de onde tirar alimento para meus animais. Eu vou ter que vender tudo, ficar sem nada”, diz Seu Castelo ao MH.

“Estou puxando talo de mamão lá de Baraúna para alimentar os animais. Vamos lá, pegamos o talo do mamoeiro, enchemos um caminhão, trazemos e trituramos para os animais”, conta Francisco Canindé de Paula.

Nesta segunda-feira, dia 17 de novembro, o agrônomo Rodrigo Benjamim, percebeu que a produção de alface se tornou inviável devido à salinidade da água ter aumentado, quando os trabalhadores começaram a fazer a colheita.

Eles perceberam que a alface não cresceu o quanto deveria. Numa horta de 50 metros, geralmente eles coletavam de 25 a 30 caixas de alface. Devido à qualidade da água, coletaram 7 caixas. Tornou-se inviável.

A alface orgânica produzido por Benjamim abastece os supermercados de Mossoró. Nesta segunda-feira, ele anunciou a paralisação da produção e dispensou 8 trabalhadores.

A fazenda de Rodrigo Benjamim tem cerca de 2 hectares produzindo alface, com viveiros de mudas e todo o sistema pronto, para ter o selo de produtor orgânico.

Com a paralisação devido à qualidade da água, ele não consegue ver como voltar a produzir no futuro. Teria que começar tudo de novamente, praticamente do zero.

A única saída seria o Governo do Estado ampliar a vazão das comportas da Barragem de Santa Cruz e esta água chegar barragem de Lagoa de Pau, reduzindo o sal da água parada existente.


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