A sociedade de Umarizal-RN decidiu pela condenação do agricultor Orlinildo Alves da Silva, de 38 anos, a 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão, inicialmente em regime fechado, por ter matado à tiros Samara Gomes da Silva, sua namorada, por volta de meia noite do dia 18 de setembro de 2016, no Sítio Torrão, zona rural de Olho D’Água do Borges-RN.
Motivo do crime: ciúmes. Segundo consta no processo, o réu Orlinildo Alves matou Samara Gomes por estar com ciúmes do marido dela, Otaciano Brás da Silva. O réu era o amante da vítima havia cerca de 6 meses. Pouco tempo antes de ser assassinada pelo amante Orlinildo, Otaciano descobriu que estava sendo traído e terminou o casamento com Samara.
O Tribunal do Júri Popular (TJP), sob a presidência da juíza Kátia Cristina Guedes Dias, começou às 9 horas desta sexta-feira, 10 de outubro de 2025, no Salão do Tribunal do Júri Popular no Fórum Municipal de Umarizal-RN. O réu Orlinildo Alves mora no município de Parnamirim e optou por não comparecer ao seu julgamento no Fórum de Umarizal.
Foram interrogadas três testemunhas e o réu. Uma testemunha indicada pelo Ministério Público, contou que a vítima, antes de ser baleada pelo réu sofreu diversas chutes e socos. Já as outras duas testemunhas, convocadas pela defesa, falaram que receberam ligação do réu para socorrer a vítima para o Hospital Regional Tarcísio Maia.
Por fim, o réu prestou depoimento por vídeo conferência.
O promotor de Justiça Italo Moreira Martins, da Comarca de Mossoró, atuando em substituição na Comarca de Umarizal, expos as provas e pediu a condenação do réu por feminicídio, com o agravante do motivo torpe. Para o promotor, o réu Orlinildo cometeu um feminicídio com um agravante, por motivo torpe e pediu a condenação nestes termos.
O advogado de defesa, José Wigenes Xavier, defendeu tese de homicídio culposo, explicando que o tiro teria sido acidental e que a vítima foi socorrida para o Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, com auxílioo dele, que ligou para pessoas da família dele em Rafael Godeiro para ajudar a socorre-la. Para o advogado, o réu não teve a intenção de matar.
Concluído os debates, a juíza Kátia Guedes convocou os jurados a Sala Secreta, onde foi decidido pela condenação do réu nos quesitos propostos pelo Ministério Público Estadual. Na dosimetria, a magistrada aplicou pena de 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão, inicialmente em regime fechado. Como o réu está em liberdade, foi decretado a prisão do mesmo.
Feminicídios
Os dois principais julgamentos desta pauta do TJP de Umarizal eram referentes a casos de feminicídios, um ocorrido em 2018, que o réu foi condenado a 16 anos e 6 meses de prisão, e outro ocorrido em 2016, que o réu restou condenado a 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão.
Ao avaliar os resultados, o promotor Italo Moreira Martins destacou que foram dois julgamentos com resultados históricos em Umarizal.
Segundo ele, em várias outras ocasiões, por mais que o MPRN se esforçasse, os acusados de feminicídios e tentativas de feminicídios eram todos absolvidos. Para o promotor, houve um amadurecimento social importante no processo de justiça.