Os números anunciados por diversos órgãos que controlam os mais variados seguimentos da economia brasileira mostram o que todo consumidor já vem sentindo no próprio bolso há algum tempo: A grave crise econômica é uma realidade para todos os brasileiros.
Para o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, é preciso mais ações do governo para reverter a atual situação do país. “O desenvolvimento econômico não pode ser conduzido unicamente pelo mercado. O mercado é um motor para o progresso e a produtividade, mas também gera desigualdade e volatilidade", afirma.
Segundo ele, os governos não precisam ser os principais atores, mas é indispensável um papel de coordenador, principalmente no planejamento de investimentos, que não pode ser deixado só nas mãos do mercado. "Alguma coordenação dos governos é inevitável”, diz o ministro.
Desemprego
Num cenário de recessão econômica, o Brasil fechou, em 2015, 1.542.371 postos de trabalho com carteira assinada. Esse é o pior resultado desde 1992, quando foi iniciada a série do Caged. Para o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, o resultado negativo reflete uma mudança na dinâmica do mercado de trabalho.
Na avaliação do ministro, é importante avaliar a redução dos postos de trabalho diante do estoque e não como um número absoluto. Rossetto observou que os setores da indústria da transformação e construção civil foram os que mais perderam vagas.
Inadimplência
O Brasil começou o ano de 2016 com 59 milhões de consumidores inadimplentes, segundo informações da Serasa Experian divulgadas nesta quinta-feira (21). Esse é o maior número de devedores registrados desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2012. Ao todo, as dívidas não quitadas somam R$ 225 bilhões.
“Neste cenário de recessão prolongada, a principal causa da inadimplência no ano de 2015 foi o desemprego”, diz relatório da empresa. A falta de trabalho foi a responsável por 26% dos casos de inadimplência.
Taxa de Juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic inalterada, em 14,25% ao ano, e provocou uma alta do dólar e uma disparada na inclinação na inclinação da curva de juros: enquanto os contratos curtos caem, as taxas longas avançam, refletindo uma desconfiança do mercado na política econômica brasileira.
A reviravolta da sinalização do BC, a manutenção do juro e o comunicado que acompanhou a decisão do Copom provocam uma mudança drástica nas expectativas, que agora passam a incluir estabilidade da Selic por mais tempo. Cresce no mercado a leitura de ingerência do governo na decisão do colegiado do BC, o que, para agentes financeiros, compromete as próximas decisões do Copom.
Câmbio
O dólar dispara ante o real, ficando a menos de 2% de seu pico histórico alcançado em setembro do ano passado. O mercado intensifica a demanda pela moeda após a decisão de juros do Banco Central, que reforçou leituras de ingerência política e aumentou dúvidas sobre a disposição do governo em conduzir a política macroeconômica de forma mais ortodoxa.
Durante esta quinta-feira (21), a cotação máxima chegou a R$ 4,1723, apenas 1,79% abaixo do recorde histórico alcançado em 24 de setembro de 2015.