O assassinato do jovem Felipe Gabriel Matias de Moura, de 19 anos, ocorrido nesta segunda-feira (9) deixa em luto a família e os apreciadores de rap na cidade de Mossoró.
Felipe era um rapper, conhecido como Vulgo FDG ou Cebolinha. As suas letras combatiam a pobreza, o racismo e a violência.
O único clipe publicado na internet, há dois anos, denominado "Sou Preto Caraí" aborda o racismo que os jovens negros sofrem nas periferias. "É muito inocente. Quem é que vai consolar. É preconceito demais, eu não aguento mais. Não é só por cor, por gênero também. Ok? Me chamar de Barack Obama, vou superar o preconceito e conseguir fazer minha grana. Me chame de Nelson Mandela. Sempre protestando, para defender onde eu moro, que é a favela. Mas imagina a notícia que saiu? O gueto saiu de casa para protestar contra o Brasil", afirma a letra.
A trajetória dele na arte começou no teatro, onde ele costumava encenar papéis bastante humorísticos. E era assim que ele era visto por familiares e amigos: um jovem brincalhão e com consciência social, que não tinha qualquer envolvimento com ilícito e sonhava em vencer na vida através da arte.
Felipe costumava organizar competições de rap, a "Green Batalha", em locais centrais da cidade, como o Memorial da Resistência e a Praça da Convivência.
Cebolinha estava na produção do seu primeiro álbum, que iria se chamar "And Feat" e também havia criado uma produtora de rap, a "Green Beach".
Desde 2021, ele postava alguns trechos das músicas desse álbum no Instagram e conseguia centenas de compartilhamentos de apreciadores da música rap que esperavam pelo lançamento do álbum. As letras falavam de paz, amor, justiça social e combate ao racismo