Através do Programa Mossoró Rural, a Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural (SEADRU) da Prefeitura de Mossoró está ensinando pequenos produtores como combater vermes que matam hortaliças usando arroz cozido e depois fermentado com solo de mata nativa.
Para ensinar os pequenos produtores rurais, a SEADRU firmou parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e com a Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte (FUNCERN).
As consultorias estão sendo ministradas em todas as 137 comunidades rurais, após um levantamento feito por equipes técnicas, para identificar precisamente o que cada comunidade produz e como fazer para melhorar e ampliar esta produção.
O secretário Faviano Moreira especificou que, através do programa Mossoró Rural, será levado conhecimento técnico para todos os produtores da zona rural, em especial a partir de 2022, pois trabalhou o ano de 2021 sem o orçamento em quantidade necessária.
Ele destaca que com este projeto, vai melhorar e ampliar a produção do homem do campo, garantindo, assim, aumento na renda, melhores condições de vida, e como consequência, também terá ganhos para o cidadão urbano, que terá um produto mais sadio em sua mesa.
Neste final de ano, mesmo com poucos recursos, uma das comunidades rurais beneficiadas foi a Agrovila Paulo Freire, no polo Maísa. Os moradores da comunidade produzem hortaliças e frutas, porém no levantamento técnico se constatou que as plantas estavam morrendo.
Analisando as amostras de solo nas Unidades de Hortas de dois agricultores da agrovila, se descobriu que havia incidência de nematoides, que são vermes do solo que atacam o sistema radicular das plantas, ocasionando a morte, prejuízo aos agricultores.
Foi indicada, então, a aplicação com MICRORGANISMO EFICIENTE - EM, que é uma mistura balanceada de matérias orgânicas de origem vegetal e/ou animal, submetidas a processo de fermentação controlada, que pode produzido pelos próprios agricultores.
Os microrganismos eficientes são destinados para revitalizar o solo, eliminando as nermatóides. A presença dos microrganismos eficientes torna o solo mais rico em energia vital fazendo com que a capacidade natural de produção do solo seja plena.
O conhecimento está sendo repassado aos agricultores pelos Engenheiros Agrônomos Raimundo Fernandes, Cleiton Dantas e Raniere Barbosa. Eles destacam que o trabalho vai continuar por todo 2022, levanto conhecimento as comunidades rurais.
Como produzir o EM
“Cozinhe aproximadamente 700 a 1000 g de arroz sem sal e sem óleo. Coloque o arroz cozido em uma bandeja de plástico ou de madeira, ou uma bacia grande. Cubra a bandeja. Coloca o solo de mata nativa na vasilha a cima indicada (o solo deve estar úmido) e sobre o solo uma tela fina ou pano fino, visando proteger o arroz do solo e em cima colocar outra tela ou pano sobre o arroz e por último colocar mais uma camada de solo úmido. Coloque a bandeja sobre um local de sombra e longe de animais ou roedores, podem também ser capturado esses microrganismos diretamente na mata”, ensina os consultores.
Os consultores acrescentaram: “Após 7 a 10 dias, observe o arroz, que deverá estar mofado, com bolores de diversas cores. - Retire as partes mofadas de coloração rosada, azulada, amarelada e alaranjada para fazer o EM. Descarte as partes de coloração cinza, marrom e preta. A coloração do arroz varia em função da mata onde foram capturados os microrganismos. Quanto mais diversificada e estruturada for o solo de mata virgem, maior diversidade de cores estará presente”, complementaram.
Eles seguem dando dicas de como realizar o cozimento. “Coloque o arroz colorido em um balde com 10 litros de água sem cloro. Adicione 1 litro de melaço de cana ou 1 kg de açúcar mascavo. Coloque a mistura em um recipiente de 10 litros com tampa ou divida em 5 garrafas PET de 2 litros e feche bem. A cada dois dias, abra a tampa para sair o gás produzido e feche a tampa novamente. Quando não houver mais produção de gás, o EM estará pronto (isso ocorre, em geral, entre 10 e 15 dias). O açúcar ou melaço podem ser substituídos por caldo de cana, na quantidade de 5 litros de caldo para 5 litros de água. A água deve ser limpa e sem cloro. O EM deve ser armazenado em local fresco e escuro e pode durar até 1 ano. O cheiro é doce e agradável, de fermentação lática e acética, e tem coloração alaranjada. Caso esteja com cheiro de podre, não deverá ser usado”, finalizam.
Aplicação do composto “EM” pode ser diretamente no solo; Em doses baixas, pode ser utilizado na forma liquida; Pode ser adicionado ao composto orgânico durante a montagem da pilha; Pode ser usado em hortaliças, cereais, frutíferas, plantas ornamentais e outras.