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24/04/2019 18:17
Atualizado
24/04/2019 22:37

Dólar encosta em R$ 4 e Bolsa desaba junto com a confiança em Bolsonaro

O mercado financeiro sente temor com a capacidade de articulação do governo de Jair Bolsonaro para as próximas etapas da Previdência, mesmo após a aprovação da matéria na CCJ da Câmara
O mercado financeiro sente temor com a capacidade de articulação do governo de Jair Bolsonaro para as próximas etapas da Previdência, mesmo após a aprovação da matéria na CCJ da Câmara
Arquivp

O Ibovespa acelera fortemente as perdas nesta quarta-feira (24) após o índice futuro ter chegado a subir mais cedo com a aprovação da Reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) na Câmara dos Deputados ontem.

Contudo, o movimento virou para a direção contrária por conta do desempenho fraco das bolsas no exterior, pelas preocupações dos investidores com a capacidade de articulação do governo para as próximas etapas da Previdência e pelo fenômeno conhecido no mercado como "sobe no boato e cai no fato" já que, na véspera, o índice teve uma forte alta com a expectativa de aprovação na Comissão.

Às 16h20 (horário de Brasília) o principal índice de ações da B3 tinha queda de 1,42% a 94.558 pontos. Já o dólar comercial sobe 1,81% a R$ 3,9870 na compra e a R$ 3,9890 na venda.

Na sessão de ontem, o texto da Previdência foi aprovado por 48 votos favoráveis e 18 contrários, resultado que foi comemorado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O ponto positivo da votação foi que os jabutis retirados da Previdência para garantir a aprovação não trazem impacto fiscal. Foram tiradas do relatório a isenção da multa do FGTS a aposentados, a redução da idade na PEC da bengala, a exclusividade da Justiça-DF a processos da reforma e a exclusividade do Executivo para mudar a Previdência.

Contudo, analistas políticos têm sido unânimes em afirmar que a vitória de ontem foi garantida por Maia e não pelo governo, que continuou mostrando dificuldade em se articular com o Congresso. Isso traz graves preocupações para a instalação da Comissão Especial, próxima etapa da Previdência na Câmara, e que é considerada uma fase bem mais difícil do que a CCJ. Só não é mais difícil que a votação no plenário, onde o governo precisará de três quintos dos 512 deputados para garantir a aprovação. Depois disso, o texto ainda irá para o Senado, e começa tudo de novo.

Entre os indicadores, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostrou fechamento de 43.196 vagas de emprego em março, no pior resultado para o mês desde março de 2017, quando foram fechadas 63.624 vagas.

Na política, a pesquisa CNI/Ibope mostrou que o governo Bolsonaro é considerado "ótimo" ou "bom" para 35% dos brasileiros. Segundo o levantamento, 31% dos eleitores consideram o atual governo "regular", ao passo que 27% o classificam como "ruim" ou "péssimo".

A taxa de popularidade de Bolsonaro é a menor de um presidente eleito em primeiro mandato desde a redemocratização. Em período similar de gestão, Dilma Rousseff (PT) tinha governo avaliado positivamente por 56% dos eleitores. Já Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contava com taxa de 51%, ao passo que Fernando Henrique Cardoso (PSDB) contava com índice de 41%, 4 pontos percentuais a menos do que Fernando Collor de Mello (ex-PRN).


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