Os vereadores Genilson Alves, Rondinelle Carlos, Ozaniel Mesquita, Petras Vinícius e Raério Araújo visitaram nesta terça-feira, 26, a clínica cirúrgica do Hospital Regional Tarcísio Maia, e conversaram com pacientes que aguardam cirurgias eletivas no município de Mossoró.
Na direção do Hospital Regional Tarcísio Maia, os vereadores ouviram do diretor geral Jarbas Mariano uma explanação sobre o termo de parceria com o Estado para a Prefeitura de Mossoró contratar as cirurgias eletivas em Mossoró e o Estado pagar 60% da conta.
Nas enfermarias, os vereadores constaram que o vereador Raerio Araújo já havia denunciado semana passada. Segundo Raerio, a Prefeitura de Mossoró está tratando dos pacientes que precisam de cirurgias eletivas em Mossoró de forma desumana.
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A grande maioria dos pacientes precisando de cirurgia ortopédica eletiva são vítimas de quedas de moto, não só de Mossoró, mas de toda a região Oeste do Rio Grande do Norte. O agricultor Marcondes Gomes da Silva, de 41 anos, é de Patu.
Ele está com tíbia e fíbula quebrados na perna e também com um braço quebrado. Disse que já está perto de receber alta médica para voltar para casa e ainda não sabe qualquer informação de como vai fazer as cirurgias complementares no seu tratamento.
O jovem Hildislânio Rodrigues Fernandes, de 22 anos, vítima de um acidente de trabalho, está há seis dias com a perna quebrada no HRTM e também não sabe como será feita a cirurgia eletiva. “São pessoas de família humilde. Quem tem qualquer condição, já teria feito”, diz o vereador Genilson Alves, lembrando que muitos estão sofrendo em casa.
O vereador Petras Venícius disse que a situação mais grave são de idosos. Ele apresentou a senhora Beatriz Carvalho, de 94 anos, que está aguardando cirurgia no fêmur. Outra senhora, Petranila do Nascimento, de 77 anos, agoniza de dor com o braço quebrado há 25 dias.
“Como sabemos, crianças, idosos tem prioridade na fila por cirurgia, mas nem isto estão respeitando”, destaca o vereador Petras Vinícius, que assumiu o compromisso de cobrar do secretário Benjamim Bento agilidade na realização das cirurgias eletivas.
O sofrimento não é só de quem é de Mossoró. A adolescente Renata Alexandre de Aquino, de 13 anos, quebrou a perna em Ipanguaçu, onde mora e está no HRTM. “Ainda não sei de nada”, diz a jovem aos vereadores. “Deveria ser prioridade”, lembra Petras.
A dona de casa Cíntia Tereza, que sofreu cinco tiros, precisa de cirurgia no fêmur e também não sabe porque demora tanto. “Sofremos aqui dia e noite, aguardando estas cirurgias”, diz Cíntia. "Sofrimento que é nosso também”, diz o vereador Rondinele Carlos.
Após conversarem com mais de 3 dezenas de pacientes, todos precisando de cirurgias ortopédicas, os vereadores se reuniram com o diretor Jarbas Mariano, que explicou como é o Termo Entre Entes Públicos firmado entre Prefeitura e Governo do Estado.
Neste termo, ficou acordado que o Estado entra com 60% dos recursos e a Prefeitura de Mossoró com 40%, isto para os pacientes de Mossoró. Para os pacientes do HRTM de outras cidades, o Governo do Estado complementa com os recursos.
Para fazer as cirurgias em Mossoró, a Prefeitura de Mossoró contratou a APAMIM, a Liga do Câncer e o Hospital Wilson Rosado. Para fazer a cirurgia, o paciente é colocado num sistema, que é controlado pela Central de Regulação de Mossoró.
Aos vereadores, o secretário municipal de Saúde, Benjamim Bento, disse que foram feitas 178 cirurgias nestes dois meses, das 800 que prometeu neste mesmo período. Ele se recusou a entregar a lista de quem fez cirurgia.
Os vereadores vão se reunir com a assessoria jurídica nesta quarta-feira, 27, para definir quais medidas vão adotar.