26/10/2022 08:22
O episódio do aloprado e criminoso Roberto Jefferson mudou a pauta das campanhas de Jair Bolsonaro (PL) e Lula da Silva (PT). Os vices Braga Netto e Geraldo Alckmin têm viajado por cidades do interior onde os candidatos não passam. Ontem, Braga Netto passou por municípios da Zona da Mata mineira, e Alckmin tem percorrido o interior paulista. Enquanto isso, Bolsonaro entrou na defensiva para se descolar de Jefferson, a quem agora chama de bandido, e Lula aproveitou o caso para a ofensiva no discurso de rua, associando a imagem do presidente ao ex-deputado que atirou na PF. O baque foi grande no staff presidencial. Os trackings de sexta e sábado mostravam Bolsonaro 500 mil votos à frente de Lula, segundo uma fonte – um número irrisório perto de 136 milhões de eleitores. Ontem um cabisbaixo e preocupado Ciro Nogueira, homem-forte do Governo, desembarcou no aeroporto de Brasília quieto e sozinho.
25/10/2022 08:19
Estados Unidos, União Européia e Ásia estão mais preocupados obviamente com as consequências sócio-geográficas e econômicas em seus mercados no atual cenário do que com o resultado da eleição no Brasil – ainda um gigante, mas que não chama mais atenção nos últimos anos e cuja relação internacional esmoreceu. No último dia 28 de setembro, a seis dias da eleição do 1º turno, o presidente Jair Bolsonaro telefonou para o chanceler do Itamaraty Carlos França. Falaram sobre como o mundo está vendo o Brasil neste pleito, independentemente de quem vencerá a eleição para presidente. O mundo perdeu o interesse pelo País e segue em stand by.
24/10/2022 08:33
Uma triste surpresa na nova lista do “trabalho escravo” nas lavouras, do Ministério Público do Trabalho e do sindicato dos fiscais, caiu como bomba na Souza Cruz e a Philip Morris, as maiores cigarreiras da América do Sul. De abril a setembro, a indústria do fumo foi um dos setores com mais lavradores resgatados, com 76 trabalhadores. A Souza e a Philip, que controlam o mercado nacional e se vangloriam de pagar bilhões de reais em impostos, se escondem no bojo da Abifumo, associação que criaram, quando o assunto é delicado. A Souza, aliás, tem determinação interna de evitar responder a Coluna, orientação de um consultor terceirizado de Brasília. Um desespero velado segue nos corredores para que assunto não chegue à British American Tobacco, em Londres, proprietária da Souza e que preza por rígido compliance com fornecedores. A Abifumo não quis detalhar quais procedimentos têm para fiscalizar as lavouras no campo. Em nota à reportagem, resumiu que “todas as etapas da cadeia produtiva são monitoradas por meio de um rígido controle, sendo realizada de forma periódica (...), com ampla participação dos órgãos competentes”. Não é o que parece.
21/10/2022 08:29
Duas novas pesquisas nacionais divulgadas acenderam o alerta vermelho no comitê de Lula da Silva (PT). O candidato petista que liderava com folga as sondagens no 1º turno agora vê o presidente Jair Bolsonaro (PL) colado em seu nome nos índices. A despeito de o Datafolha de quarta (18) cravar 49% para Lula e 45% para Bolsonaro, a margem de erro já surge como um fantasma no staff. O susto se confirmou ontem com a nova rodada da Paraná Pesquisas – o instituto é o que menos tem errado nas análises desde 2016, e acertou o cenário no 1º turno num dos levantamentos antes da eleição. A Paraná cravou ontem empate técnico entre os dois, com leve vantagem para Lula na estimulada (46,9%), contra Bolsonaro (44,5%), com margem de erro de 2.2 pontos percentuais. Os staffs de ambos não vão mudar a estratégia. Continuarão ataques entre eles no programa nas TVs e viagens a capitais do Sudeste atrás dos indecisos e para converter votos de quem votou nos adversários, em branco ou anulou o voto.
20/10/2022 08:23
A decisão monocrática do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, de liberar o transporte coletivo gratuito no dia da eleição, 30 de outubro, é um tiro no pé do Judiciário. Ao atender pedido do Rede Sustentabilidade, alegando que os pobres não conseguirão votar, Barroso cai em contradição por afronta à lei que proíbe condução de eleitores em dia de pleito organizada por qualquer parte interessada. Há centenas de prefeitos aliados de Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) que poderão subsidiar o transporte coletivo e lotar veículos de todo modelo com a condição de que o eleitor transportado vote em seu candidato. Além da já difícil fiscalização, o Brasil poderá assistir dia 30 uma caravana de ônibus e vans bancadas por candidatos – derrotados ou já eleitos – levando eleitores para a seção, o que a lei eleitoral não permite. A canetada de Barroso abre um precedente perigoso na Justiça Eleitoral. Que vai beneficiar ambos os candidatos à Presidência e atropelar a legislação.