98% dos colonos de Serra do Mel-RN, assinaram o pedido para a Cut, FETARN e o SAR, da Igreja Católica, retirarem a Ação Civil Pública contra a Voltalia. Os colonos firmam que esta ação representa uma ameaça real a produção de energia limpa e asseguram que modelo de contrato que assinaram em Serra do Mel deveria ser copiado e não combatido na Justiça.
A Associação de Energia Renovável Potiguar convocou os colonos de todas as vilas da Serra do Mel para sentar à mesa com Secretária Nacional de Diálogos Sociais e Articulações de Políticas Públicas, Kenarik Boujikian, da Presidência da República, na tarde desta terça-feira, 5, no Plenário da Câmara Municipal. Havia representações também do Ministério do Meio Ambiente, Minas e Energia, Desenvolvimento Agrário, INCRA, SEDRAF e autoridades locais.
Segundo Marcos Victor, coordenador da Associação Energia Renovável Potiguar, os colonos da Serra do Mel estão mostrando, com clareza, que os contratos que firmaram com a Voltalia são importantes do ponto de vista social, meio ambiente, produção família, pois prevê a distribuição dos dividendos pagos pela eólica (s) por igual entre os colonos das vilas.
Segundo Francisco Erinaldo, conhecido por Pedrão da Vila Acre, a Ação Civil Pública movida pela Cut, Fetarn e SAR, não usou informações do quadro real da Serra do Mel. Segundo ele, as eólicas não adoeceram ninguém e nem prejudicou o meio ambiente. Ele diz que se tem alguma região do Brasil nestas condições, o modelo de contrato adotado na Serra do Mel é a solução.
O primeiro contrato foi firmado na Vila Amazonas, depois de quase um ano dos colonos com seus advogados discutindo exaustivamente cada clausula deste contrato com os advogados e gestores da Voltália, afirma o colono Joaquim Crispiniano Neto, lembrando que melhorou a qualidade de vida das famílias dos colonos e foi replicado em outras vilas.
Os dados oficiais mostram que não teve prejuízos na produção de caju e castanha e menos ainda na produção de mel de abelha. Foi o contrário, com recursos das eólicas, os colonos aumentaram a produção. Francisco Erinaldo, o Pedrão da Vila Acre, asseguram que também não existe qualquer prejuízo no que se refere aos animais silvestres e o meio ambiente.
Pedrão disse ao MH que se a CUT, FETARN e SAR encontraram na Serra do Mel alguém insatisfeito com o contrato, que acione a justiça em nomes destas pessoas. “Temos em mãos documentos assinados por mais de 98% dos colonos, que não autorizaram, que não autorizam estas entidades a representar eles com uma ação que pode prejudica-los”, diz.
A classe politica também é contra ação movida pela CUT, Fetarn e SAR. O presidente da Câmara Municipal, Jeú Costa, assegurou que estão todos unidos pelo bem da Serra do Mel. Segundo ele, situação e oposição estão juntos contra esta ação que representa uma ameaça ao povo da Serra do Mel.
“A ação judicial não reflete o sentimento da população. Pelo contrário: o que temos visto é a união dos colonos em defesa das eólicas. Nossa gestão quer mais empresas, mais empregos e mais renda para o povo de Serra do Mel”, destacou o prefeito Kenio Azevedo.
Ao final da reunião entre representantes do Governo Federal, das eólicas e dos colonos, a Secretaria Nacional de Diálogos Sociais, Kenarik Boujikian, disse que agradece demais a cada um dos colonos, pela contribuição, por falar e por escutar, a respeito da questão. Assegura que vai levar a questão ao Governo Federal e que virão outros capítulos. Ela não falou com a imprensa após ouvir os colonos.