A crise econômica que assola o país tem atingido diretamente os planos dos prefeitos municipais de todas as cidades do Brasil. De Norte a Sul, de Leste a Oeste e independente do porte do município, os investimentos despencaram em até 90%, em várias capitais, só neste ano.
Faltando menos de um ano para as eleições municipais, os poucos recursos que são repassados para as prefeituras estão sendo utilizados para a manutenção de serviços básicos e para despesas obrigatórias como a folha salarial.
Relatórios entregues ao Tesouro Nacional pelos prefeitos das capitais, que, em tese, seriam menos vulneráveis à recessão, revelam que 14 das 22 prefeituras que apresentaram seus balancetes fiscais investiram menos este ano do que em 2014.
As maiores quedas nos índices de investimentos ocorreram em Natal (89,8%), Curitiba (63,7%) e Vitória (46,4%). A prefeitura do Rio de Janeiro é uma exceção a essa realidade. Graças à Rio-2016, os investimentos na cidade aumentaram.
"Os investimentos estão desabando este ano por causa da queda da arrecadação. Para ver como a situação é preocupante em todo o país, nos estados e no governo federal a queda é ainda maior", disse o economista e especialista em contas públicas Raul Velloso.
Mossoró
Em 2015, a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM), convive com uma frustração orçamentária que deve superar os R$ 100 milhões.
"Mesmo com toda a crise que enfrentamos, Mossoró tem conseguido manter os serviços básicos na área da saúde, educação, segurança e geração de emprego e renda", afirma o prefeito Francisco José Júnior.
"Em 2015, criamos o programa Meu Bairro Melhor, onde levamos a 16 bairros da cidade os serviços de 11 secretarias municipais e tivemos mais de 60 mil atendimentos nesse projeto", continua o prefeito.
"Na saúde, segurança e educação, conseguimos avançar mesmo em meio tantas dificuldades orçamentárias. Costumo dizer que crise se enfrenta com coragem, e foi assim que trabalhamos ao longo de 2015, com muita coragem e determinação para superarmos os obstáculos”, conclui o gestor municipal.