Em fevereiro de 2014 João Victor Brito de Souza, na época com 19 anos, precisou passar por um transplante de fígado. A mãe dele, Jailka Pereira, contou à reportagem do MOSSORÓ HOJE como foi a trajetória até a chegada do órgão.
Segundo ela, o filho começou a perder peso em fevereiro, sem qualquer motivo aparente. Diante disto, a família começou a procurar médicos para descobrir o que estava provocando aquele quadro.
O rapaz passou por diversos profissionais, mas não conseguiu um diagnóstico preciso. O estado de saúde dele se agravou de tal maneira, que ele chegou a ser diagnosticado com câncer, em estado de metástase.
Encaminhado para a Liga Mossoroense de Estudo e Combate ao Câncer, Jailka contou que Dr. Cury orientou a família a procurar uma segunda opinião, em Fortaleza. Na capital cearense, já no final de junho, ele foi internado para exames no Hospital Valter Cantídio. Onde finalmente conseguiu um diagnóstico certo: Doença de Wilson.
A síndrome rara provoca, entre outros sintomas, insuficiência hepática por acúmulo de cobre no fígado. Sem resultados com o tratamento, João Victor recebeu a notícia que precisaria de um transplante.
“Ele foi listado na fila às 17h do dia 12 de agosto de 2014. Em seguida nós voltamos para a casa onde estávamos lá em Fortaleza. A gente já sabia que não poderia voltar para Mossoró, porque precisaríamos chegar rápido ao hospital, caso aparecesse um doador”, contou Jailka.
Na época, havia 156 pessoas na fila de transplante, à espera de um fígado novo. Porém, a família foi avisada que, diante do quadro grave em que se encontrava a saúde de João Victor, ele ocuparia a primeira posição, caso aparecesse um doador compatível.
A surpresa veio às 21h do mesmo dia, quando a família recebeu a ligação, informando que havia aparecido um doador com compatibilidade. Em menos de 24h, João Victor já estava transplantado.
Hoje, aos 28 anos, ele segue bem, sem rejeição e levando uma vida normal, casado e com um filho, cujo nascimento só foi possível, pela solidariedade de alguma família que, mesmo em um momento de dor, foi solidária a quem precisava e decidiu por permitir a doação de órgãos.
“Não deixem, não deixem de doar, porque meu filho era um rapaz jovem, de muita saúde e, de repente, ele precisou de um órgão e se não fosse o órgão que a pessoa doou para ele, hoje ele não estaria mais aqui no meio de nós. Então só tenho a dizer que doem, porque salvar vidas, só gratidão por isso”, disse Jailka.