A Petrobras concluiu o processo de transferência de seus ativos no Rio Grande do Norte e do Ceará par a empresa 3R Potiguar S.A. A conclusão se deu com a despedida dos servidores da companhia em Guamaré, Alto do Rodrigues e Mossoró e com o pagamento de 1,1 bilhão de dólares a Petrobras. “Hoje não é um dia feliz para a Petrobras no Rio Grande do Norte”, diz Jean Paul Prates, atual presidente da Petrobras, que espera poder aproveitar a mão de obra da estatal o estado no braço da companhia para produzir energia eólica no mar e hidrogênio.
Segue o comunicado da companhia e abaixo o pensa o atual presidente da companhia
A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, em continuidade aos comunicados divulgados em 31/01/2022 e 19/05/2023, informa que, após o cumprimento de todas as condições precedentes previstas no contrato vinculante assinado em 31/01/2022, concluiu hoje a transferência da totalidade de sua participação (100%) no conjunto de 20 concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas, com instalações integradas, localizadas no estado do Rio Grande do Norte – RN, denominados conjuntamente de Polo Potiguar, para a empresa 3R Potiguar S.A. (3R).
A operação foi concluída com o pagamento à vista de US$ 1,1 bilhão para a Petrobras, já com os ajustes previstos no contrato. O valor recebido hoje se soma ao montante de US$ 110,0 milhões pagos à Petrobras na ocasião da assinatura do contrato, realizada em 31/01/2022. Além desse montante, é previsto o recebimento pela Petrobras de US$ 235,0 milhões, que serão pagos em 4 parcelas anuais de US$ 58,75 milhões, a partir de março de 2024.
Com a conclusão da cessão, a 3R assume a condição de operadora dos campos do Polo Potiguar e demais infraestruturas de produção.
A presente divulgação está de acordo com as normas internas da Petrobras e com as disposições do procedimento especial de cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, previsto no Decreto 9.355/2018.
O Polo Potiguar responde por menos de 1% da produção total de óleo da Petrobras, que continuará no Rio Grande do Norte investindo em projetos com grande potencial de crescimento futuro, tais como a exploração da Margem Equatorial na Bacia Potiguar (onde a empresa detém participação em 5 blocos exploratórios e possui compromisso de perfurar o poço de delimitação da descoberta de Pitu) e a avaliação de projetos de parques eólicos offshore, a exemplo de Colibri, em parceria com a Equinor.
O Polo Potiguar compreende três subpolos (Canto do Amaro, Alto do Rodrigues e Ubarana), totalizando 20 concessões, sendo 3 concessões marítimas e 17 concessões terrestres localizadas no Rio Grande do Norte, além de incluir acesso à infraestrutura de processamento, refino, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural. As concessões do subpolo Ubarana estão localizadas em águas rasas, entre 10 e 22 km da costa do município de Guamaré-RN. As demais concessões dos subpolos Canto do Amaro e Alto do Rodrigues são terrestres.
A produção média do Polo Potiguar em 2023 foi de 16,5 mil barris de óleo por dia (bpd) e 37,3 mil m³/dia de gás natural. Além das concessões e suas instalações de produção, está incluído na transação o Ativo Industrial de Guamaré, incluindo a estação de tratamento de óleo, unidades de processamento de gás natural, a unidade de QAV e diesel e o Terminal Aquaviário de Guamaré.
A 3R Potiguar S.A. é uma empresa com foco no redesenvolvimento de campos maduros e em produção, controlada pela 3R Petroleum Óleo e Gás S.A. (3R Petroleum), companhia listada no Novo Mercado da bolsa brasileira.
“Hoje não é um dia feliz para a Petrobras no Rio Grande do Norte”, diz Jean Paul Prates, atual presidente da Petrobras
Como Senador da República e presidente da Frente Parlamentar Nacional em Defesa da Petrobras de 2019 a 2022, lutei muito para que o “Polo Potiguar” não fosse vendido, ainda mais como foi: juntando os melhores campos terrestres do Estado com a Refinaria Clara Camarão, terminais, dutos e bases.
Infelizmente, apesar disso, a venda se consumou antes da minha posse como Presidente da Petrobras e, cumprindo com as determinações do Presidente Lula de reter os ativos não vendidos sem desrespeitar contratos, estamos hoje finalizando o período de transferência física e operacional desses ativos.
Ansiamos que a empresa sucessora tenha igual sucesso, competência e capacidade de investimento para corresponder à expectativas geradas por aqueles que defenderam a venda destes ativos ou que escolheram não participar das discussões. Espero também que as empresas que venham a ser contratadas, bem como todos aqueles que apoiaram esta venda, colaborem com a manutenção e contratação dos trabalhadores/as terceirizados, já que argumentaram que tudo isso iria “gerar mais empregos”, e não precarizar as condições de trabalho e contratação.
Esta venda de ativos por pouco não significou a saída total da Petrobras do RN. Chegamos a tempo, e posso assegurar que a Petrobras não sairá do Rio Grande do Norte. Seguirá aqui, reinaugurará sua sede em Natal no dia 19 de junho e se revitalizará fortemente em breve. Aos petroleiros/as do RNCE estamos organizando todas as condições para não apenas superar esta transição como para que iniciem em breve novas fases profissionais, voluntariamente, com conforto, perspectivas e segurança.
Vamos estar aqui, e seguiremos trabalhando com tudo pelo crescimento e geração de emprego, qualidade de vida e renda no Rio Grande do Norte e no Nordeste.
A #PetrobrasFICA.