24 ABR 2024 | ATUALIZADO 08:15
SAÚDE
03/02/2022 18:26
Atualizado
03/02/2022 18:27

Gestantes vacinadas com CoronaVac transmitem anticorpos ao bebê, mostra estudo

Um estudo de caso realizado por cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), publicado na revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, foi relatado que um recém-nascido desenvolveu anticorpos contra o SARS-CoV-2 depois de sua mãe ser vacinada com a CoronaVac na 34ª e na 37ª semana de gestação. Os cientistas colheram amostras de sangue do recém-nascido 24 horas depois do parto e descobriram que o bebê, que nasceu na 39ª semana, tinha anticorpos contra o coronavírus, comprovando a imunização passiva.
FOTO: REPRODUÇÃO

Dois estudos de caso publicados em revistas científicas demonstraram que bebês de gestantes que tomaram a CoronaVac, vacina contra Covid-19 do Butantan e da Sinovac, apresentaram anticorpos contra o SARS-CoV-2, ou seja, nasceram com imunidade contra a Covid-19.

Em um destes estudos, realizado por cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), publicado na revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, foi relatado que um recém-nascido desenvolveu anticorpos contra o SARS-CoV-2 depois de sua mãe ser vacinada com a CoronaVac na 34ª e na 37ª semana de gestação.

Os cientistas colheram amostras de sangue do recém-nascido 24 horas depois do parto e descobriram que o bebê, que nasceu na 39ª semana, tinha anticorpos contra o coronavírus, comprovando a imunização passiva.Segundo os pesquisadores, a vacina proporcionou um aumento nos anticorpos totais da gestante e, consequentemente, forneceu imunidade ao feto avaliada pela resposta total de anticorpos.

A Imunidade passiva pode ter ocorrido por via transplacentária.Isso porque a transferência de imunoglobulina G (anticorpos do tipo IgG) da mãe para o feto começa no final do primeiro trimestre de gestação e aumenta ao longo da gravidez, variando de 10% da concentração materna nas semanas 17 até 22 a 50% nas semanas 28 a 32.

A concentração continua a aumentar no terceiro trimestre, permitindo que as concentrações de anticorpos fetais excedam os níveis maternos em 20 a 30%, detalha a pesquisa.

 ANTICORPOS VIA CORDÃO UMBILICAL

Outro estudo de caso publicado na revista Human Vaccines&Immunotherapeutics mostrou que a imunização durante o período da gravidez com CoronaVac levou à passagem do anticorpo anti-SARS-CoV-2 para o recém-nascido e não causou nenhuma reação adversa à mãe ou ao feto.

No trabalho, pesquisadores do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Istambul, na Turquia, observaram o caso de uma profissional de saúde de 34 anos, sem qualquer histórico de Covid-19, que recebeu a primeira dose de CoronaVac na 28ª semana de gestação e a segunda dose na 32ª.

A gestante deu à luz com 38 semanas, e imediatamente após o parto, uma amostra de sangue do cordão umbilical foi coletada, assim como uma amostra do sangue da mãe, para detecção de anticorpos anti-RBD.

O anticorpo anti-RBD da mãe era 734 AU por ml, e o nível de anticorpo anti-RBD do sangue do cordão umbilical do bebê era de 764 AU por ml. A proporção de transferência entre o soro do cordão e o soro materno foi de 1,04.

A mulher não relatou nenhum evento adverso relacionado à vacina após a primeira ou a segunda dose. Três semanas após a segunda dose, seu domínio de ligação ao anti-receptor (RBD) dos anticorpos da proteína spike do vírus SARS-CoV-2 era de 779 unidades arbitrárias (AU) por ml.

Além disso, o hemograma completo da recém-nascida, bem como a triagem de doenças metabólicas congênitas, TSH, nível de T4 livre e testes de triagem de fibrose cística estavam todos dentro da normalidade.

CORONAVAC FOI ESCOLHIDA POR SER MAIS SEGURA

Estudos sugerem que a detecção da imunoglobulina M (anticorpos do tipo IgM) no sangue do cordão umbilical é mais comum em mulheres vacinadas no segundo ou terceiro trimestre da gravidez, conforme já evidenciado nos estudos das vacinas contra o tétano e influenza, imunizantes também de vírus inativado, considerados seguros para este público.

Esses estudos mostraram que mulheres grávidas que adquiriram SARS-CoV-2 e desenvolveram sintomas infecciosos corriam grande risco de internação hospitalar ou em unidade de terapia intensiva; progressão para insuficiência respiratória com necessidade de ventilação invasiva (intubação endotraqueal); e alto risco de mortalidade. Com isso, a vacinação de gestantes contra Covid-19 passou a ser recomendada por órgãos de saúde mundiais.

O governo brasileiro passou a recomendar a vacina contra Covid-19 para grávidas, entre elas a CoronaVac, em julho de 2021.


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