Uma paralisação com café da manhã, bolo de aniversário e tudo que se tem direito! É assim que os peritos criminais e os médicos legistas do Instituto Técnico e Científico de Polícia (ITEP) do Rio Grande do Norte pretendem chamar a atenção para a defasagem do órgão.
“Já são 15 anos sem concursos e 9 anos sem aumento de salário”, informa Otávio Domingos, perito da Regional de Mossoró.
A ‘comemoração’ acontece nesta quarta-feira (11) na sede do ITEP em Natal.
A reivindicação é única e objetiva. A categoria exige a convocação de novos peritos para compor o quadro de funcionários.
De acordo com Otávio, existem somente 27 peritos criminais e 6 médicos legistas em todo o estado. Em Mossoró são 3 peritos e 2 médicos legistas para atender aos 67 municípios da região.
“O número é insuficiente para atender a demanda”, declara Otávio Domingos, e acarreta em transtornos para a população que, muitas vezes, ficam desassistidos.
“Todo tipo de perícia requer um laudo. Esse laudo exige conhecimento e capacidade técnica do profissional. É um trabalho elaborado. Agora imagine cada perito sendo responsável por 60 ou 70 procedimentos desses mensais. Como é que tem condição? Precisamos aqui em Mossoró de uns 40 peritos e médicos legistas”, conclui Otávio.
(Foto: Cézar Alves)
Em contato com o MOSSORÓ HOJE, o assessor de comunicação do ITEP, Thiago Medeiros, declarou que o número de peritos atualmente está bem abaixo ao que deveria ter para atender a demanda e que “a própria direção é sensível a isso”.
“Na semana passada, foi enviado um ofício pela direção, pedindo a realização de um concurso público para recompletamento do quadro efetivo do ITEP. Isso deve chegar ao governador Robinson Faria essa semana, e ele vai decidir se atende ou não a esse ofício”, explicou o assessor.
Thiago informou que desde o ano passado o governo tem investido na reestruturação do ITEP através de um convênio com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), onde “somente para Mossoró, foram adquiridas 18 novas câmaras frias, além de uma reforma no prédio”.
Durante a entrevista, o assessor ressaltou que a reestruturação do órgão de perícia e criminalística é uma prioridade do governo.