04 MAI 2024 | ATUALIZADO 10:43
POLÍCIA
Por Josemário Alves
08/05/2016 19:29
Atualizado
14/12/2018 09:35

?Não tenho mais paz?, diz jovem após provar inocência sobre latrocínio em Apodi

Em entrevista exclusiva, Jaques Douglas contou detalhes do porquê de ter sido acusado e mantido preso por 153 dias. Apesar de ser inocentado, ele destacou que sua vida nunca mais será a mesma.
Josemário Alves / MH

O jovem Jaques Douglas Torres Cardozo, de 21 anos, teve a sua rotina de vida completamente alterada após ser preso acusado de latrocínio na cidade de Apodi, interior do Rio Grande do Norte.

Apesar de ter sido inocentado durante julgamento na última sexta-feira (06), Douglas diz que sua vida nunca mais será a mesma e que perdeu a sensação de segurança.

“Não tenho mais paz”, destacou em entrevista exclusiva ao MOSSORÓ HOJE.

Jaques Douglas foi preso no dia 03 de dezembro de 2015, após se apresentar ao delegado Renato Oliveira, sob acusação de ter participado do latrocínio contra o comerciante Antônio Leão da Silveira, o “Teté de Ademar”, de 74 anos no dia 20 de novembro do ano passado.

Leia: Comerciante é morto a pauladas e tem corpo queimado em Apodi

O jovem foi acusado pelo presidiário Antônio Renato de Souza Filho, o “Renatinho”, principal suspeito do crime. Na época, Renatinho chegou a revelar detalhes do ocorrido para a polícia e citar o nome de Jaques Douglas como comparsa.

Isso foi o bastante para ser expedido um mandado de prisão contra o mesmo.

Douglas contou à reportagem que foi incriminado por Renatinho por conta de uma dívida. Dias antes de ser preso, o jovem comprou por R$ 700, a arma que foi roubada do comerciante, mas não pagou, gerando revolta em Renatinho.

“Eu nunca tinha tido contato com ele, mas fiquei sabendo que ele estava vendendo a arma muito barata. Minha ideia era comprar para vender e ganhar em cima do lucro. Eu sei que aquele tipo de arma é mais ou menos R$ 2,5 mil”, revelou Jaques Douglas.

Douglas ficou 153 dias preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Apodi. Um dia antes do julgamento, Renatinho confessou que o seu comparsa no crime tinha sido outro e pediu desculpas públicas dentro do pavilhão.

“Inclusive, alguns presos que ouviram as desculpas dele foram depor ao meu favor no tribunal”, acrescentou Jaques Douglas.

No julgamento, Renatinho repetiu o que tinha contado dentro do CDP e revelou que o seu comparsa tinha sido seu irmão, John Wellington, que foi assassinado horas antes no Centro de Apodi. Diante da revelação, Jaques Douglas foi inocentado e solto.

Apesar do resultado, Douglas contou ao MOSSORÓ HOJE que sua vida nunca mais será a mesma.

“Não tenho mais paz, não posso mais sair de casa de peito aberto, não vou ter mais descanso. Eu perdi minha sensação de segurança. Lá na cadeia me chamavam até de matador de velho”, disse.

Visivelmente emocionado, ele frisou que foi injustiçado e que sua prisão foi precipitada.

“Me disseram que eu fui o quinto acusado do crime. Como é que eu sendo o quinto na lista de suspeitos vou direto para a cadeia, enquanto o segundo, o terceiro e quarto, ficaram soltos?”, questionou.

“Sou casado e na minha casa tem várias pessoas que dependem da gente. Com qual cara eu vou pedir emprego para alguém? Você acha que depois dessa repercussão toda dizendo que eu era assassino e assaltante, alguém vai querer me empregar? Eu tô dependente de Deus”, concluiu Douglas.

(Foto: Josemário Alves / MH)

O Renatinho

Após reafirmar a autoria do crime perante o juiz no Tribunal, Antônio Renato de Souza Filho, o Renatinho, deverá ser condenado. A setença ainda não foi expedida, o que deverá ser feito nos próximos dias.

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