Dois banhistas foram atacados por piranhas enquanto se banhavam no Rio Piranhas-Açu, próximo à ponte Felipe Guerra, no município de Assú, no Oeste do Rio Grande do Norte. O caso aconteceu na tarde do sábado (28), por volta das 13h.
Segundo o Portal G1RN, um dos feridos, o mecânico Manoel de Melo, relatou que outro banhista havia sido atacado minutos antes. Segundo ele, a vítima chegou a mostrar o ferimento e comentou que acreditava ter sido mordida por uma piranha pequena.
Logo em seguida, Manoel também entrou na água e foi mordido em uma área rasa do rio. “Eu ainda estava no raso quando senti a fisgada”, contou. O ferimento atingiu o pé direito, próximo ao dedo mindinho. Ele afirmou que não conseguiu ver o peixe no momento do ataque e não procurou atendimento médico. Após os ataques, os banhistas deixaram o local.
A Prefeitura de Assú informou que não havia sido notificada oficialmente sobre o ocorrido.
Casos semelhantes já foram registrados anteriormente na região. Em janeiro de 2024, pelo menos seis ataques de piranhas foram noticiados no município.
De acordo com o biólogo e professor do Departamento de Biociências da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), Rodrigo Costa Goldbaum, esse tipo de ocorrência é mais comum nesse período devido à reprodução das espécies. Segundo ele, as piranhas constroem ninhos para depositar os ovos e protegem seus filhotes, adotando um comportamento territorial.
“Quando as pessoas se aproximam desses locais sem saber, acabam sendo atacadas”, explicou o professor. Os ninhos costumam ser feitos principalmente nas margens de rios e açudes, em áreas com vegetação.
O especialista também destacou que a retirada da vegetação das margens pode aumentar os ataques, já que reduz os locais adequados para reprodução e aproxima os animais dos humanos. Para ele, estudos e ações de ordenamento por parte do poder público poderiam ajudar a minimizar os incidentes.
Segundo o advogado e pesquisador de história regional Gregório Celso Macêdo, o nome do Rio Piranhas-Açu tem origem justamente na grande quantidade de piranhas que habitavam a região, conforme registros do Dicionário Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.