O governo do Rio de Janeiro suspendeu o pagamento de todos os fornecedores do estado. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (19), um dia após a data para o repasse. De acordo com a Secretaria de Estado de Fazenda, o objetivo é que os pagamentos sejam integralmente efetuados até o final de novembro e a medida se faz necessária para que pensionistas e aposentados possam receber em dezembro.
De acordo com o órgão, a orientação do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) foi dar prioridade ao pagamento dos servidores ativos e inativos. "Sendo assim, para garantir o deslocamento de recursos para o Rio Previdência, o pagamento dos fornecedores foi suspenso nesta semana e será retomado até o final deste mês", informou a nota.
A secretaria explicou que o Estado vem sofrendo com a retração da economia brasileira e que em outubro a arrecadação de tributos teve queda de 16%, em termos reais, na comparação com o mesmo mês em 2014. "A forte retração da economia brasileira está gerando impactos significativos nas finanças de todos os Estados. No caso do Rio de Janeiro, a situação é ainda mais grave por causa do forte peso do petróleo na economia do Estado", completou.
“Em outubro, a arrecadação de tributos do estado do Rio de Janeiro caiu, em termos reais, 16% em relação a igual mês do ano passado. Inúmeras medidas têm sido tomadas para reduzir os efeitos da crise sobre as finanças fluminenses. Foram aprovados 11 projetos de lei na Alerj em nove meses, garantindo que os pagamentos dos servidores do Estado tenham ocorrido, até o momento, rigorosamente em dia, incluindo a primeira parcela do 13º salário”, disse em nota a Sefaz.
2.100 empresas
A suspensão do pagamento de fornecedores pelo governo do Rio de Janeiro atingiu quase 30% dos prestadores de serviços do Estado. Segundo a Secretaria Estadual da Fazenda, das 7.600 empresas fornecedoras, 2.100 foram afetadas pela postergação de repasses da última terça-feira (17) para o final deste mês. As prestadoras de serviços atuam em diferentes setores, como alimentação, limpeza, transporte e vigilância.
Entre os serviços afetados, a Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) vem sofrendo com o falta de repasses, o que tem atrapalhado o funcionamento de setores como o Hospital Universitário. Nele, as internações que não são de emergência foram interrompidas por falta de funcionários de limpeza e os residentes do curso de Medicina têm recebido as bolsas com atraso.
Nota Uerj
Em um comunicado aos alunos, a Universiaade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) afirmou que essa situação atinge bolsistas e residentes, além de empresas que prestam serviços à universidade. A direção disse que está tentando rever a decisão, mas as expectativas são muito pequenas.
O Hospital Universitário da Uerj, o Pedro Ernesto, suspendeu as internações que não são de emergência por falta de funcionários de limpeza.
A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação disse que vai pedir que as empresas não suspendam o serviço às universidades.