Ex-funcionários da Itagrês Porcelanatti, protestaram nesta segunda-feira (20), em frente a empresa, na BR 304, contra a saída, silenciosa, da empresa e cobrando cumprimento de acordos salariais.
A empresa luta para manter uma suposta atividade fabril e assim, não correr o risco de perder o terreno de 120 mil metros quadrados situado no distrito industrial de Mossoró. O protesto bloqueou parte da BR 304, causando lentidão no trânsito.
Segundo o representante da categoria, José Ronaldo, o receio dos ex- funcionários é de que a empresa se desfaça do maquinário sem pagar aos trabalhadores.
“Já fizemos uma denúncia ao Ministério Público, mas até agora não tivemos resposta. Eles estão retirando as máquinas da empresa. Essas máquinas são a nossa garantia de receber alguma coisa. Estão retirando tudo, já venderam uma gerador na semana passada por R$ 200 mil, já retiraram chaminé, balanças, atomizador estão desmontando pra levar. O que a gente pede é que vendam mas se o dinheiro seja para pagar aos trabalhadores que eles devem", cometa o ex-funcionário.
De acordo com José Ronaldo, a Porcelanatti não deu nenhum tipo de respostas aos trabalhadores sobre a retirada das máquinas.
“Eles estão saindo na calada da noite. Desde dezembro que não tem mais CNPJ da Porcelanatti ou da Itagrês para funcionamento naquele prédio. Estão tirando ou vendendo os equipamentos. A empresa parcelou a rescisão em seis vezes, mas só pagou uma até agora. Nem o salário de dezembro foi pago”, denunciou.
Em julho de 2019, vários ex trabalhadores protestaram interditando a BR-304 em frente à indústria fechada desde 2014, cobrando o pagamento de seus direitos trabalhistas. Na época, eram mais de R$ 3,5 milhões de reais devidos pela Porcellanati referente a rescisões de contratos.
Em 2021, a Prefeitura de Mossoró chegou a pressionar à empresa tentando a reversão do terreno, sendo mais direto, queria o retorno do bem imóvel ao patrimônio público.
A Porcellanati, sem dinheiro para honrar compromisso com ex empregados, anunciou um acordo de arrendamento com a Azimult, empresa que assumiria a unidade mossoroenese, mas até o momento este acordo não se concretizou.
A Porcellanati recebeu o terreno, água, luz, gás natural e acesso, além de isenção fiscal por 10 anos (uma renúncia de R$ 35 milhões) e empréstimo na casa dos 70 milhões de dólares para a compra de equipamentos, prometendo gerar pelo menos 99 empregos diretos no município de Mossoró, aquecendo assim a economia.