29 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
ESTADO
COM INFORMAÇÕES DO G1
01/07/2020 17:42
Atualizado
01/07/2020 17:43

"Poderia ter sobrevivido pelo menos um", diz filha de casal que morreu de Covid

Auxiliadora Albano, de 56 anos, e o marido Severino Balbino da Silva, de 58 anos, morreram nesta terça-feira (30), vítimas da doença, em Natal. O casal, do município de Canguaretama, vinha lutando contra a Covid-19 há um mês; Entre os dois óbitos foram poucas horas de diferença.
FOTO: REPRODUÇÃO

A dona de casa Auxiliadora Albano, de 56 anos, e o marido dela, o agricultor Severino Balbino da Silva, de 58 anos, são mais duas vítimas da Covid-19 no Rio Grande do Norte.

Os dois faleceram no mesmo dia, na terça-feira (30), após quase um mês lutando contra a doença. O casal vivia na comunidade de Piquiri, no município de Canguaretama, distante 78 quilômetros de Natal.

Os dois deixam quatro filhos: Paula, Patrício, Patrícia e José. Paula Balbino mora e trabalha em Extremoz, na Grande Natal, e embora distante mantinha contato diário com a família em Canguaretama e acompanhou todo a batalha dos pais para sobreviver ao coronavírus.

"Desde que eles foram para a UTI que a gente vem acompanhando e torcendo para que eles se recuperassem, mas as notícias não eram boas. Agora estou cuidando da parte do sepultamento e praticamente não parei porque foi uma coisa em cima da outra, parece que a dor ainda não chegou completamente", diz Paula.

Poucas horas separaram as duas notícias de óbito. Os quatro irmãos souberam primeiro do falecimento do pai pela manhã e quando ainda tentavam lidar com o triste acontecimento, receberam a confirmação da morte da mãe no período da tarde. Auxiliadora e Severino estavam internados em Natal e Caicó.

"Não tenho palavras direito, parece que a ficha não caiu. Nossa família era bem unida e essa doença acabou com isso. Mesmo longe, sempre falava com eles por videochamada. Não dá pra entender como ainda existem pessoas que não acreditam nessa doença. Isso é muito grave e muito triste", completa Paula Balbino.

Os primeiros sintomas apareceram no início do mês de maio, no dia 6. Auxiliadora, que pertence ao grupo de risco, foi a primeira a sentir os efeitos da Covid-19 e logo procurou ajuda médica.

Após consulta no hospital local, Auxiliadora voltou para casa e começou o período de isolamento, mas sentiu uma forte falta de ar e retornou à unidade no dia 12.

Dois dias depois ela foi transferida para um leito de terapia intensiva em Natal, onde foi entubada. Paralelamente, o marido dela, Severino, cumpria isolamento em casa enquanto acompanhava o tratamento de Auxiliadora a distância. Uma semana após o internamento da esposa, ele piorou e também foi levado ao hospital.

Severino apresentou melhora nos primeiros dias de isolamento e seu quadro demonstrava evolução para uma recuperação da Covid-19. No entanto, ele começou a sentir febre e falta de ar. Foi quando precisou ser levado para o hospital e em seguida transferido para um leito de UTI no Hospital Regional do Seridó, em Caicó.

Entre melhoras e pioras, os dois permaneceram internados até esta terça-feira (30), quando faleceram. O sepultamento de Severino ocorreu ainda na terça, Auxiliadora foi enterrada nesta quarta-feira (1º). As cerimônias seguiram protocolos de contenção da Covid-19 e foram restritas a alguns familiares.


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