“Dos médicos fazendo cirurgia com luz de celular às cotinhas: servidores mostram quem são os parasitas”, disse o jornalista Bruno Barreto em um texto publicado em seu blog.
No final de semana circulou a imagem que ilustra este texto. Com a queda de energia no Hospital Regional Tarcísio Maia médicos e enfermeiros seguiram dois procedimentos cirúrgicos à luz de celular.
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É caso de heroísmo em meio tanta falta de estrutura no serviço público. Mas esse não é o único exemplo que temos.
Acusados de parasitas pelo ministro Paulo Guedes para delírio dos “tiozões do pavê”, os servidores públicos formam uma dos segmentos mais injustiçadas do país. O clichê básico é o de que não fazem nada.
Não é bem assim.
É a mania do brasileiro de pegar a parte pelo todo sempre empobrece o debate público.
O que conheço são histórias de servidores que fazem cotinha para melhorar o serviço de internet na repartição, de outros que viajam sem receber diárias, dos que fazem vaquinhas para comprar cestas básicas para os colegas terceirizados que passam fome devido aos salários atrasados, dos médicos que levam pacientes para seus consultórios particulares, da enfermeira que compra as próprias luvas para garantir o atendimento, do policial que coloca gasolina na viatura com dinheiro do próprio bolso, do motorista que abastece fiado no posto para transportar doentes que fazem tratamento em outros municípios e tantos outros exemplos.
A maioria esmagadora dos servidores públicos ganha pouco e faz muito pelo povo. Os parasitas são os que sugam sua força de trabalho e não reconhecem essa dedicação.
Que um dia os governos em suas três esferas possam conceder as condições de trabalho necessárias para que não tenhamos heróis, mas apenas pessoas realizando serviços com eficiência.