20 ABR 2024 | ATUALIZADO 22:33
MOSSORÓ
26/07/2019 17:30
Atualizado
26/07/2019 17:39

Relatório aponta que falha no serviço de saúde municipal lota HRTM

De 11 mil mossoroenses atendidos nos primeiros 6 meses de 2019, pelo menos 7 mil deveriam ter sido atendidos em UPAs e UBS do municípios. Cidades vizinhas também "empurram" pacientes para o HRTM; Veja relatório
Com enfermarias lotadas, corredores do HRTM chega a ficar com mais de 30 pacientes em macas

O Hospital Regional Tarcísio de Vasconcelos Maia (HRTM) está superlotado porque a rede básica de saúde de Mossoró e municípios vizinhos não funcionam.  

“Estão empurrando para o hospital pacientes que deveriam ser atendidos nos postos de saúde dos municípios. No HRTM, deveria ser apenas emergência, urgência e traumatologia", denuncia uma técnica de enfermagem.

Para conferir a falta de atendimento nas unidades básicas de saúde de Mossoró, acesse AQUI. "Canalhas, canalhas, mil vezes canalhas", protesta Antônio Carlos no posto de saúde do Bairro Nova Vida, em Mossoró.

O MOSSORO HOJE teve acesso ao relatório de atendimento no Pronto Socorro do HRTM nos primeiros 6 meses de 2019, que confirmam a deficiência dos serviços de saúde nos municípios.

Além de Mossoró, também lota o HRTM os municípios de Assú, Grossos, Areia Branca, Governador Dix Sept Rosado, Baraúna, Upanema, entre vários outros do Oeste do RN.

Entramos no HRTM e confirmamos os fatos.

Na pediatria, havia uma criança que veio para Mossoró porque em sua cidade de origem (Patu), não tinha como trata-la de um problema respiratório.

Na mesma unidade, havia outra criança, um bebê, com um problema de coceira, que veio da Maísa. (nomes das crianças foram preservados, conforme previsto no ECA).

Na parte externa do HRTM, os motoristas de ambulâncias também não negam. A missão é transferir para Mossoró e, como nas UPAs é muito ruim, a ordem é deixar no HRTM.

“As vezes a pessoa entra e pede para voltar na mesma hora, porque a doença não é tão grave e porque a situação dentro do HRTM é de morte”, explica o motorista do Vale do Açu.

No relatório do PS do HRTM, os pacientes são classificados por cores. Azul e verdade são de baixa e média complexidade, ou seja, responsabilidade dos municípios.

Já os pacientes de média e alta complexidade são classificados com as cores laranja e vermelho. Estes devem ser levados para receber atendimento no HRTM.

 Mossoró

Vermelho – 136

Laranja – 619

Amarelo – 3.528

Azul – 937

Verde – 6.138

Retorno – 50

Outros serviços – 05

Baraúna

Vermelho – 8

Laranja – 33

Azul – 21

Verde - 252

Amarelo 195

Retorno 1

Assu

Vermelho – 8

Laranja – 60

Azul – 24

Verde - 257

Amarelo - 241

Retorno - 3

Areia Branca

Vermelho – 11

Laranja – 32

Azul – 33

Verde - 280

Amarelo - 224

Retorno - 2

Apodi

Vermelho – 3

Laranja – 32

Azul – 13

Verde - 146

Amarelo - 224

Retorno - 1

Caraúbas

Vermelho – 7

Laranja – 18

Azul – 7

Verde - 106

Amarelo - 114

Retorno – 3

Governador Dix Sept Rosado

Vermelho – 4

Laranja – 16

Azul – 13

Verde - 146

Amarelo - 129

Retorno – 0

Serra do Mel

Vermelho – 1

Laranja – 16

Azul – 0

Verde - 114

Amarelo - 0

Retorno – 0

Tibau

Vermelho – 1

Laranja – 10

Azul – 17

Verde - 103

Amarelo - 90

Retorno – 2

Upanema

Vermelho – 5

Laranja – 11

Azul – 2

Verde - 103

Amarelo - 79

Retorno – 0


Buscando solução


A diretora geral Herbênia Ferreira, do HRTM, confirma as informações do relatório que o MOSSORÓ HOJE teve acesso. Os dados apontam que a precariedade dos serviços de saúde básica em Mossoró e cidades vizinhas, superlota  o Hospital Regional Tarcísio Maia com pacientes que deveriam receber cuidados médicos em suas cidades.

"Estamos com uma equipe de Caicó, que já tem experiência neste controle de acesso, para desenvolver um trabalho em parceria com os municípios, objetivando garantir atendimento ao cidadão em sua cidade, sem ter que vir para Mossoró em ambulâncias", destaca a diretora geral Herbenia Ferreira. "Temos que trabalhar em conjunto", acrescenta.


Recursos

As prefeituras municipais que mais enviam pacientes para receber tratamento de saúde no HRTM, em Mossoró, estão entre as que mais arrecadam recursos (royalties) em função das atividades petrolíferas.

  

Royalties de Julho já foram creditados nas contas das prefeituras do RN

Mossoró R$ 2.607.605,97 C

Guamaré R$ 2.347.846,60 C

Macau R$ 1.772.364,28 C

Areia Branca R$ 1. 649. 423, 47 C

Carnaubais R$ 1.322.551,75 C

Upanema R$ 1.197.717,86 C

Governador Dix Sept R$ 1.175.993,08 C

Apodi R$ 1.158.975,86 C

Serra do Mel R$ 973.080,47 C

Grossos R$ 837. 338, 33 C

Goianinha R$ 805.733,62 C

Pendencias R$ 383.916,73 C

Tibau R$ 786.838, 73 C

Caraubas R$ 319.736,02 C

Felipe Guerra R$ 292.283,15 C

Porto do Mangue RS 154.041,07


Secretárias de saúde reclama de “invasões” de cidades vizinhas

A secretária municipal de Saúde, Saudade Azevedo, destaca que esta “invasão” de pacientes de outras cidades nas UPAs e demais hospitais de Mossoró, deixa um prejuízo milionário.

Saudade calcula prejuízo na casa dos R$ 5 milhões. Segundo ela, deste valor, pelo menos 2 milhões são destinados para o Hospital Maternidade Almeida Castro.

Entretanto, José Robson, técnico da SESAP, corrige a informação da secretaria de Saúde de Mossoró, mostrando que as “invasões”, ocasionam rombo de R$ 31 milhões.

Estas invasões, em Natal, causam rombo de R$ 80 milhões. Terezinha Rêgo, da Secretaria de Saúde de Natal, a solução é uma Câmara de Compensação.

Assim como Terezinha Rêgo, a secretária Saudade Azevedo também alega que os custos com os atendimentos de outras cidades terminam por prejudicar o atendimento local.

Notas

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