Choveu forte em todas as cidades do Oeste do Rio Grande do Norte
Apesar das chuvas fortes nas últimas semanas, a capacidade de armazenamento dos reservatórios monitorados pelo Governo do Estado no RN está em apenas 22%. A reposição destes reservatórios, no entanto, já o dobro do mesmo período do ano passado.
A informação é do professor Mairton França, pesquisador da área de economia e recursos hídricos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte à repórter Ivanúcia Lopes da INTERTV, na manhã desta sexta-feira, 29.
Ao todo, são 47 reservatórios monitorados pela Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (SEMARH. Sangrando apenas dois: Beldroega, em Paraú, e Pataxó, em Ipanguaçu. O primeiro abastece o Açude de Mendubim e o segundo o Rio Piranhas/Açu.
O principal reservatório no RN é a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, que tem capacidade para armazenar até 2,4 bilhões de metros cúbicos de água, na região do Vale do Açu.
Este reservatório chegou a ficar com menos de 10% de sua capacidade, em 2017, depois de seis anos de seca. Com as chuvas de 2018 e deste ano de 2019, já está com quase 22% de sua capacidade total. Recebeu 10,5 milhões de metros cúbicos de água só nas últimas 24 horas.
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Reservatórios do RN acumulam o dobro do volume do ano passado.
A Armando Ribeiro abastece, através de sistemas de adutoras, mais de 40 cidades e irriga mais de 30 mil hectares das regiões Seridó, Central, Vale do Açu, Mossoró e Médio Oeste do Rio Grande do Norte. É considerada fundamental a economia do Estado.
Para este reservatório atingir a cota de sangria, segundo o professor Martins França, geralmente é preciso que o sistema Mãe D’Água/Coremas na Paraíba e do Seridó transbordem para dentro do rio Piranhas/Açu, que por sua vez abastece este reservatório.
Entretanto, o sistema Mãe D’Água está com apenas 4% e Coremas com 9%, bem como os principais reservatórios da região Seridó, como Cangaíra, Itans e Acari estão praticamente secos. Quando estes reservatórios começarem a sangrar, a Armando Ribeiro enche.
Os açudes de Lucrécia, Pau dos Ferros, Gargalheiras (Acari), Itans (Caicó), Dourado (Currais Novos), Passagens das Traíras (São José do Seridó), que são igualmente importantes em suas regiões para o abastecimento humano, estão com menos de 10% de suas capacidades.
Entretanto, o professor Mairton França explica que os pequenos reservatórios destas regiões já estão começando a sangrar e assim estes reservatórios maiores a tomarem água.
A Barragem de Santa Cruz, em Apodi, está com pouco mais de 22% de sua capacidade e a Barragem de Umari, em Upanema, já está com quase 33%.
Com relação a Barragem de Santa Cruz, alguns açudes que o abastecem, já estão sangrando. É o caso do Açude de Riacho da Cruz. Mas o principal, que é a barragem de Pau dos Ferros, que ainda falta muito para atingir a cota de sangria e abastecer Santa Cruz.
Mairton França acredita que as chuvas em 2918 e em 2019 já dão sinais claros que vão colocar um fim no ciclo de seca que permaneceu de 2012 a 2017 no semiárido. Ele observa que ainda haverá mais ou menos 30 dias de chuvas e que os principais reservatórios podem chegar a 50% de suas capacidades de armazenamento e que muito provavelmente o ciclo de inverno continuando, o RN terá açudes sangrando nos próximos anos.
CHUVAS FORTES
A chuva na tarde/noite desta quinta-feira, 28, em Mossoró, passou de 95mm. Os leitores de MOSSORÓ HOJE enviaram fotos e vídeos mostrando chuvas fortes em todos municípios da região Oeste do Rio Grande do Norte, destaque para Apodi, Caraúbas e Campo Grande.
