Uma operação da Polícia Civil e Militar, comandada pela Delegacia Especializada de Furtos e Roubos (DEFUR), prendeu nesta quarta-feira, 28, Aldecir Avelino da Fonseca, o "Juninho Pardal", em Mossoró, juntamente com Karlos Rumening de Queiroz, de 35 anos, também foragido da justiça. É condenado a 12 anos de prisão por ter matado a mulher. Já Juninho Pardal é o principal acusado de ter colocado fogo num casa com dona de casa e a filha dentro no dia 14 de julho de 2016, no Conjunto Santa Júlia.
Juninho Pardal também responde pelo homicídio de José Ezequiel de Farias e tem dois processos por violência doméstica. Sobre o ataque a residência no Santa Júlia, Juninho Pardal teria ido na residência se vingar de um jovem devido a uma briga no campo de futebol. Lá chegando, como não o encontrou, trancou a mãe e a irmã dele no guarto e tocou fogo. As duas só não morreram, porque foram salvas pelo dono casa. Hoje as duas vivem escondidas em outra cidade.
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As vítimas do incêndio criminoso foram a dona de casa Deusilene Antônio da Silva, 43 anos, e sua filha, que é cadeirante, Glícia Roberta da Silva, de 17 anos.
Na época do crime, as duas foram colocadas dentro de um dos quartos, jogaram gasolina no colchão e atearam fogo. Foram salvas com queimaduras gravíssimas pelo corpo. Antes, os bandidos retiraram o marido de Deusilene da casa e o ameaçaram de morte. Felizmente, ele conseguiu se soltar, entrar na casa e em meio às chamas, salvou a filha e a esposa.
As duas ficaram com queimaduras gravíssimas espalhadas pelo corpo. Foram socorridas para o Hospital Regional Tarcísio Maia, e em seguida, Glícia foi transferida para um hospital de Fortaleza, que o plano de saúde que o pai pagava. Já a mãe, foi levada para o Hospital Walfredo Gurgel, em Natal. Passaram cerca de dois meses em tratamento intensivo buscando a recuperação.
Após milagrosa recuperação, as duas receberam alta, mas não puderam retornar para casa. Tiveram que se mudar para outra cidade em busca na tranquilidade, que não encontravam no bairro onde moravam. Até familiares da dona de casa tiveram que sair do bairro com medo dos bandidos que estavam à solta.
Em dezembro de 2017, as duas estiveram em Mossoró visitando familiares e conversaram com a equipe de reportagem do MOSSORÓ HOJE.
Por conta das sequelas, Deusilene não consegue mais trabalhar. Antes do crime, ela fazia artesanato e também trabalhava como doméstica. Ela ficou com o braço esquerdo inutilizado.
Sua filha, Glícia, já não estava na escola. Ela é portadora de Síndrome de Neurogênica, que afeta os membros inferiores. Usa cadeira de rodas. Com as queimaduras, a síndrome se agravou. Por isso, a adolescente não consegue frequentar a escola.
Na época, as duas procuraram o Ministério Público e o Fórum Municipal para saber como estava o processo, mas naquele dia era feriado do "Dia da Justiça" e por isso os órgãos não funcionaram. Com isso, a família resolveu procurar um escritório de advocacia, para cuidar do caso.
O advogado que defende os interesses de mãe e filha na Justiça, em Mossoró, disse que a prisão do suspeito amplia as chances de se fazer justiça no caso e leva um pouco de tranquilidade as família das vítimas. Ele alerta que o suspeito Adriano Pardal representa um perigo constante a vida da artesã e da filha e também dos demais membros da família. O advogado, no entanto, defende a tese de que o suspeito, diante das provas existentes, receba a punição prevista em lei. "Nenhum dia a mais", conclui o advogado lembrando que a família das vítimas é pacífica e só quer viver em paz.