29 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
POLÍCIA
Da redação
27/07/2017 05:42
Atualizado
14/12/2018 01:50

PCC criou células de inteligência para matar agentes penitenciários federais

Henry Charles Gama foi morto em Mossoró em abril deste ano; No Paraná, uma psicóloga e outro agente penitenciário foram mortos também a mando do PCC. Objetivo da facção é desestabilizar e pressionar o sistema.
Reprodução/UOL
Uma reportagem do portal UOL divulgada nesta quinta-feira, 27, revela que o Primeiro Comando da Capital (PCC) criou células de inteligência para matar três agentes penitenciários federais, incluindo, o mossoroense Henry Charles Gama Filho, assassinado em 12 de abril deste ano no bairro Boa Vista, em Mossoró. Em Cascavel (PR), a psicóloga Melissa Almeida e o agente Alex Belarmino também foram mortos a mando da facção criminosa. 

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Segundo relato da Polícia Federal ao UOL, a facção era baseada incialmente em São Paulo, origem da organização. Essas células são chamadas de "sintonia restrita" e possuíam uma lista de servidores do sistema penitenciário federal com seus respectivos endereços. 

O nome "restrito" vem do fato de que, quando um membro do PCC recebe esta tarefa, fica escalado exclusivamente para ela. São pessoas que, quando participam dessas missões, tentam não falar pelo celular, para evitar rastreamento. 

"Para obter as informações e alcançar seus objetivos, a facção também conta com uma rede de infiltrados no sistema estatal", afirmou um agente d PF ao UOL.

Essa rede de infiltrados é formada por policiais, funcionários do Poder Executivo e até membros de entidades de direitos humanos, explica a reportagem. 

Na semana passada, a PF de Mossoró, no Rio de Janeiro e São Paulo deflagaram a operação Força e União para interromper os planos do PCC que era de matar mais agentes federais no país. 

O objetivo, segundo a PF informou ao MOSSORÓ HOJE, era mostrar a força da facção e pressionar o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) a "afrouxar" o regime disciplinar dos presos. 

Ainda conforme a reportagem do UOL, para cada assassinato é criada uma célula específica para executar o plano. A atividade era gerenciada por líderes de facção que estão detidos em presídios paulistas. 

A sintonia restrita é um grupo criado recentemente pelo PCC, subordinado diretamente à cúpula da facção. Seus integrantes se desvinculam da chamada "sintonia geral" e ficam subordinados à "sintonia geral fora do ar", o que indica que deixaram de exercer as atividades normais do PCC, a exemplo do tráfico de drogas. Eles não precisam pagar a "cebola", a mensalidade obrigatória para membros da facção. "Eles não falam com qualquer um da organização. Por isso é tão difícil localizá-los", afirmou uma fonte ao portal. 

Segundo o Ministério Público Federal, a sintonia restrita é uma área de inteligência. Um dos papéis do grupo é analisar e indicar os alvos mais fáceis de serem alcançados, através de um acompanhamento da rotina dos agentes. 

O assassinato daquele agente escolhido pelo cúpula do PCC é considerado para a sintonia restrita como uma missão. O escolhido para executar a 'tarefa' fica afastado de suas outras funções até que ele execute a missão. 

Além de levantamento de endereços de agentes, os membros responsáveis pelo planejamento das mortes tentaram se aproximar de seus alvos, em pelo menos uma ocasião. "Antes da primeira morte, eles alugaram uma casa ao lado de outro agente e chegaram a conversar com ele, tentando uma aproximação. Esse agente só não foi morto porque viajou na época em que o crime seria cometido", informou o MPF. 

Na operação deflagrada em Mossoró pela PF, os policiais conseguiram prender dois envolvidos na morte do agente Henry Charles. Uma pessoa foi presa em Mossoró e a outra em Presidente Prudente, São Paulo. 

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