25 de maio de 2017. Em entrevista ao Portal MOSSORÓ HOJE a prefeita Rosalba Ciarlini garantia que, terminado o Cidade Junina, o evento já estaria “pago”, incluindo os cachês dos artistas, destacando que os recursos já estavam assegurados. “Não vai acontecer do artista chegar e não receber o seu cachê. Tem que receber. Terminou o Cidade Junina, como eu sempre fiz, dos 12 anos que fui prefeita, terminou, tá pago”, disse a gestora.
03 de julho de 2017. Encerrado o Mossoró Cidade Junina, artistas locais que se apresentaram no evento estão utilizando as redes sociais para cobrar do Município os cachês referentes aos shows realizados em polos como o Chuva de Bala e Cidadela. É o caso, por exemplo, da cantora Kelly Lira, que postou um desabafo em seu Facebook.
“Cantei no Adro da Capela São Vicente no dia 24/06/2017 depois de ter que resolver mil e uma dificuldades e burocracias. Encerrou-se o Mossoró Cidade Junina, e pra variar, a PMM que diz que “valoriza tanto o artista local” termina o evento com débitos comigo e vários artistas “da terra”’, comentou Kelly Lira.
A cantora revelou ainda o valor do seu cachê: R$ 500. “Ai se vcs (sic) estão pensando que se trata de um cachê bacana, vou detalhar pra vcs (sic): O cachê referente a apresentação do Adro há 07 anos é exatamente o mesmo: 500,00 reais. (Pra o artista contratado e já incluindo o cachê de seus respectivos músicos). Só que esse ano, não nos foi comunicado que além do artista se virar pra pagar o músicos, ainda teria que pagar 5% de ISS + 27% de INSS descontados do cachê que já é insignificante”, pontuou.
Kelly também citou os cachês pagos antecipadamente a artistas como Xand Aviões e Michel Teló. “O que me deixa inquieta é saber que artistas como Xandy Aviões e Michel Teló receberam adiantados R$: 240 mil reais cada um, enquanto o artista local passa por um sofrimento pra receber uma miséria. Ai eu pergunto a vocês gestores, artistas, músicos e cidadãos em geral: Onde está a tão falada “Valorização com o artista da terra” ???”, questionou.
Por fim, a artista destacou que o objetivo da postagem não é se promover ou criticar o evento, mas sim exigir respeito e dignidade: “P.S: Não estou querendo com isso me promover, aparecer ou criticar o evento. Muito pelo contrário, até porque nessa minha pouca experiência de dez anos cantando já vivi muita coisa, e conheço os riscos de não ficar calada. Quero apenas o mínimo de respeito, reconhecimento e dignidade enquanto artista”, disse.
Outros artistas locais que também se apresentaram no Cidade Junina relataram não ter recebido ainda seus cachês. “Um cachê de mil reais já não é lá essas coisas ainda tem um desconto de 27%, que vai para 730 com mais um desconto de uma nota fiscal no valor de 52 o cachê ficou 678, vergonha se eu soubesse desses descontos jamais teria participado”, comentou o músico Xandão Souza. “Estamos nessa pindura também! Tocamos no Cidadela e ainda nada, olhe que a nossa tocada foi umas das primeiras, na primeira semana”, acrescentou Daniel Moreira.
Até o momento, a Prefeitura de Mossoró não se pronunciou sobre a cobrança feita pelos artistas da terra.