27 DEZ 2025 | ATUALIZADO 17:32
MOSSORÓ
Da redação
29/05/2017 16:31
Atualizado
14/12/2018 04:39

Serviço do Município se recusa a receber corpo de morador de rua, que segue na geladeira do ITEP

“Marcos” morreu na manhã desta segunda-feira, 29, por causas naturais. Corpo deveria ser encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito, que se negou a recebê-lo por falta de documentação
O Câmera
O cinegrafista Marcelino Neto, de “O Câmera”, noticiou em seu blog que o corpo do moradora de rua e flanelinha conhecido como “Marcos” segue na geladeira do Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP), quando já deveria ter sido recebido pela equipe do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) da Prefeitura de Mossoró.

De acordo com a Marcelino, o SVO se recusou a receber o corpo devido à ausência de documento de identificação. “De quem é a responsabilidade sobre os procedimentos de um corpo sem identificação?”, questiona o cinegrafista em seu blog.

"Marcos" costumava recepcionar evangélicos na porta de igreja, conforme destacou reportagem publicada pelo MOSSORÓ HOJE.

Confira abaixo o relato completo de Marcelino:

“Um pastorador de carro, ‘flanelinha’, conhecido como ‘Marcos’, passou mal e morreu na manhã de hoje, 29 de maio, em Mossoró no Rio Grande do Norte. Ele trabalhava na região da Praça do Museu Municipal, onde sempre dormia. Segundo informações, ‘Marcos’ era natural do estado da Paraíba e vivia em Mossoró como morador de rua.

Hoje pela manhã, ele teria tomado café na central de abastecimento, passou mal e morreu, no meio da rua, próximo ao Lojão do Marceneiro, na Avenida Leste Oeste.

O médico de plantão no Samu foi ao local, constatou a morte e orientou chamarem as equipes da Divisão de Homicídios e do Itep. O responsável pela perícia criminal não constatou sinais de violência e orientou a polícia encaminhar o corpo para o Serviço de Verificação de Óbito, SVO, do município. Como o órgão SVO não dispõe de transporte, o corpo foi removido pela equipe da Medicina Legal ‘Rabecão’ do Itep, porém o plantão do SVO se recusou a receber o corpo sem documento de identificação.

O corpo de Marcos foi guardado numa das geladeiras do Itep, enquanto as autoridades resolvem o descaso de um serviço público.

O Câmera pergunta: de quem é a responsabilidade sobre os procedimentos de um corpo sem identificação?

Estamos acompanhando pelas mídias nacionais que no Estado de São Paulo, o município tem o “direito” a internação compulsória de pessoas em situação de rua.

Em Mossoró, pessoas em situação de rua que morrerem sem sinais de violência, contam apenas com a boa vontade da Polícia Civil e da equipe do Itep para ter dignidade após a morte”.

 

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