Desde cedo que estou sendo cobrado para falar sobre a morte de Fidel Castro, aos 90 anos, em Havana, capital de Cuba. A princípio, não queria comentar este assunto, pois seria inútil diante da quantidade de conteúdo a disposição na internet.
Entretanto, a provocação de um médico me fez mudar de ideia. Vou expor minha opinião, que não é formada a partir do cinema enlatado americano e nem muito menos pelas grandes redes de comunicação financiada pela “indústria da morte”.
Para começar, é preciso primeiro refletir sobre um assunto gravíssimo no Brasil: saúde. No Brasil, a assistência preventiva de saúde é fraquíssima. Aliás, até poucos anos se quer existia. Aqui, deixava-se ficar doente para tratar. Qual sentido de ficar doente?
Desenvolveram no Brasil a medicina neste sentido. Os médicos são formados para curar doentes e não para evitar ou reduzir o número de doentes. O povo brasileiro seguiu no embalo e aceitou esta condição nefasta, imoral e inaceitável de adoecer para ir atrás da cura.
O que tem haver isto com Fidel Castro? De conhecimento público através dos enlatados e as grandes redes financiadas pela indústria farmacêutica, nada. Quem se aprofundou um pouco no assunto, tem ciência absoluta que a situação é outra totalmente diferente.
Cuba, na gestão de Fidel Castro, formou os médicos para tratar o cidadão para ele não ficar doente e educou a população para se cuidar e não adoecer. Cuba tem o menor índice de mortalidade infantil do mundo. Seus laboratórios produzem remédios para não adoecer.
Então, qual a razão para os americanos fazerem embargo econômico e etc a ilha que lhe servia de prostíbulo antes de Fidel Castro? Se o EUA é democrático, então porque não aceitou o modelo de gestão de Fidel em Cuba, que não sobrevivia e nem sobrevive de seus impostos?
Os EUA embargaram a socialista Cuba por 50 anos, mas têm a socialista China como primeiro parceiro comercial e maior credor. Refaço aqui todas as perguntas do parágrafo anterior e consigo dormir tranquilamente com minha consciência.
Um fato: Em função dos embargos, Cuba ficou tecnologicamente no passado, mas avançou em saúde e em vários outros setores. Na reconstrução do Haiti, o EUA mandou 3,5 mil soldados. Cuba enviou 1.200 médicos. O mesmo ocorreu com vários outros países.
E o Brasil está entre eles: No governo Dilma, foi criado o Programa Mais Médico, através do qual foram importados mais de 15 mil profissionais médicos de Cuba para ensinar os brasileiros a não ficarem doentes, para, assim, não terminarem agonizando nos hospitais.
Diante dos fatos, é natural que os grandes laboratórios, aqui visto como “indústria da morte”, bem como alguns médicos brasileiros terem desenvolvido tanto ódio do governo Dilma e estarem agora tomando aquele vinho do “porto” com a morte de Fidel Castro.
Ao amigo médico que me provocou, eis aí tua resposta!
Cezar Alves, é jornalista fora da lata