Nesta quinta-feira, 30, a cúpula de segurança pública do Rio Grande do Norte desembarca em Assu para debater segurança pública. Chegou tarde. Foi preciso o vereador Manoel Botinha ser brutalmente assassinado para se realizar um debate contra a violência, como se isto adiantasse alguma coisa, como se isto fosse capaz de modificar a cabeça de quem quer matar.
Não muda, não adianta. Perda de tempo e tempo precioso.
É preciso que os prefeitos do Rio Grande do Norte, se unam aos deputados federais, estaduais e o governador Robinso Faria e vão ao governo federal cobrar, exigir, fincar o pé por recursos para fazer escolas como o IFs para substituir as unidades do ensino fundamental/médio bem como investir em políticas públicas para fortalecer a estrutura familiar.
Não precisa debater. Entregue as condições de trabalho para a Secretaria Kalina Leite que ela sabe como fazer. Deixe que ela traga a Secretaria de Educação para trabalhar junto pela paz que o quadro muda drasticamente no RN. Inclusive isto sim seria uma política real que transformaria Robinson Faria no governador que trouxe a paz para o Estado.
Lembrando que Segurança Pública é uma cadeia de serviços, que quando uma falha, todos os outros derrapam. No caso do RN, o aparelho de segurança é uma engenhoca onde a única engrenagem que funciona, e no sacrifício, é a Polícia Militar. Digo isto e peço para que os policiais civis não fiquem ofendidos. O trabalho deles é digno de aplausos.
Aplausos pelo heroísmo, por trabalhar sem a menor estrutura, investigando crimes complexos, apontando culpados e enviando os processos a justiça. Na justiça, estes processos sem provas técnicas, termina o criminoso sendo absolvido. Esta semana teve dois em Mossoró pelo Tribunal do Júri Popular. Num caso, o promotor Armando Lúcio pediu absolvição.
Como se pode perceber, a Polícia Civil sem homens, sem tecnologia e sem apoio pericial por parte do ITEP, que praticamente não existe, os processos investigatórios não andam. E se andar, não adianta. O criminoso sai impune.
Para não esquecer, na engrenagem de segurança pública, a sequência é: família, educação e religião. O segundo ponto é polícia ostensiva (PM), polícia judiciária (PC e ITEP). Terceiro, vem o Ministério Público Estadual, Defensoria Pública e Poder Judiciário. Quinto ponto da engrenagem são os presídios que hoje são fábricas de bandidos violentos.
Quanto ao debate das autoridades municipais e a cúpula de segurança pública hoje em Assu, vou tentar adivinhar o que vai acontecer. A Polícia Civil vai investigar, vai descobrir e vai prender os assassinos do vereador Manoel Botinha, que aconteceu semana passada.
Como, se não tem policiais civis, tecnologia e principalmente apoio pericial?
É assim que o Estado costuma fazer para enganar trouxas. Esclarece os casos de grande repercussão e no geral diz que os outros são “envolvidos”, mesmo que não sejam, como forma de justificar o homicídio, como aconteceu com o jovem assassinado na Praça Bento Praxedes há poucos dias, no Centro de Mossoró. Neste caso, a Comissão de Direitos Humanos caiu em cima e terá resultado muito em breve, assim como o caso Manoel Botinha.
Cansado com o Estado querendo construir uma casa começando pelo telhado.