06 DEZ 2025 | ATUALIZADO 21:05
ESPORTE
Por: Ismael Sousa
21/05/2016 06:39
Atualizado
12/12/2018 08:07

Condutores da Tocha: conheça a história de Leandro Higo

Lutador que conduzirá a chama olímpica em Mossoró é um dos maiores nomes do MMA na atualidade.
Cedida

Garra, dedicação e superação: esses são os ingredientes que formam o lutador de Mixed Martial Arts (MMA) Leandro Higo Lucena Pinto, o Pitbull. Acostumado a lidar com grandes desafios e vitórias, o atleta é um dos escolhidos para conduzir a Tocha Olímpica no próximo dia 6 de junho.

Ele conta ao MOSSORÓ HOJE sobre a expectativa de representar a sua cidade no evento e a trajetória de superação no mundo das artes marciais mistas.

Aos 27 anos, o mossoroense Leandro Higo é um dos maiores nomes do MMA da atualidade. Ele conquistou, no último dia 22 de abril, o título mundial do Resurrection Fighting Alliance (RFA 37), em Sioux Falls, Dakota do Sul (EUA). O ex-TUF Brasil sagrou-se campeão dos galos após vencer por finalização o americano Joey Miolla.

Pitbull considera a escolha do seu nome para o Revezamento da Tocha, e representar a sua cidade no evento Olímpico, como mais um sonho a ser realizado. Para o lutador, participar desse momento é um reconhecimento pela sua dedicação e conquistas no esporte.

“Assim que recebi a notícia de que seria um dos condutores da Tocha fiquei muito feliz. A escolha é um reconhecimento do meu trabalho. É mais um sonho realizado, pois várias pessoas no mundo queriam fazer esse revezamento e graças a Deus fui um dos escolhidos”, comemora.

Relembrando os momentos difíceis no início da carreira, além das batalhas que enfrentou até chegar ao reconhecimento nacional, Leandro conta que o sonho mesmo era seguir os passos do irmão, e tentar carreira no futebol, que também era um desejo do pai, que faleceu pouco antes de ele nascer.

“Eu queria ser jogador de futebol, pois meu irmão era jogador profissional na época, assim com meu pai também queria. Com a decepção no futebol, aos 12 anos passei para as artes marciais. Fiz uma estreia meio precoce, pois aos 17 anos já tinha feito minha primeira luta profissional no MMA. Fui gostando, estou aqui até hoje e vou trabalhar ainda mais para alcançar voos maiores”, afirmou.

Sua vida foi sempre marcada pelas dificuldades financeiras, que o obrigou a ser um batalhador dentro e fora dos ringues. Leandro se destacou pelo seu esforço, garra, e agressividade, ganhando o apelido que o fez ficar conhecido como o ‘Pitbull de Mossoró’.

O lutador revela que se inspirou em grandes nomes do esporte para continuar a sua vida de atleta. Uma das pessoas que serviram de inspiração para foi o lutador Gleyson Tibau.

“A minha motivação foi de estar ao lado de pessoas boas, como o Moab que é meu professor até hoje, o Carlinhos Popeye onde comecei com ele, e Tibau que foi uma pessoa que me inspirou pela sua história de vida. Do jeito que ele conseguiu, vi que também daria para correr atrás dos meus objetivos”, relembra.

O atleta destaca o crescimento do esporte na cidade, e afirma que Mossoró é um celeiro de grandes talentos para o Brasil e para o mundo. Ele cita nomes consagrados como Gleyson Tibau, Claudia Gadelha, ambos no UFC, além de atletas pioneiros como Carlinhos Popeye e o Assuério Silva, que iniciou no MMA na cidade em uma época em que o esporte era pouco difundido e reconhecido.


Leandro Higo foi recebido recentemente pelo prefeito Francisco José Júnior

Sobre os desafios no esporte, Leandro diz que no começo da carreira sofria preconceito quando dizia que era lutador de MMA. Segundo afirma o lutador, na época o esporte era mal visto, pois a população tinha pouca afinidade com as artes marciais.

“Quando dizia que era lutador de jiu-jítsu ou MMA o povo já olhava estranho. Eu me sentia excluído, mas graças a Deus isso está mudando. Para os lugares que vou estou sendo reconhecido agora como campeão”, comenta.

Sobre a experiência de participar do reality show de artes marciais, The Ultimate Fighter, em 2015, Pitbull conta que conseguiu tirar proveito do programa para avaliar o desempenho e corrigir erros nos demais desafios que viria. Ele foi eliminado do TUF Brasil 4 após ser finalizado por Bruno Korea ao final do primeiro round.

“Foi uma das maiores experiências, não só como atleta, mas também como pessoa. O TUF é diferente, porque você trabalha muito a parte psicológica, mental e física. Cheguei como uma das promessas de vencer o reality, mas acabei não vencendo, pois me lesionei no meio do programa. Essa experiência está tendo resultado em minhas novas performances. Desde que saí do TUF, venci três lutas com caras muito bons da minha categoria, todos eles americanos”, ressalta o atleta.

Ser campeão do RFA foi uma das conquistas que Leandro jamais imaginaria alcançar. Para ele, sair do interior na raça e trazer o cinturão do peso-galo para a sua cidade foi uma experiência inesquecível.

Sobre os planos futuros, Leandro pontua que vai focar no treinamento e mostrar ainda mais o seu potencial. Um dos seus maiores sonhos é assinar com uma grande organização e mostrar para o mundo o seu talento.

“Escutava todo mundo falar, mas não acreditava que eu era tão bom. Conquistar o cinturão do RFA foi uma felicidade imensa, pois foi uma conquista inédita para Mossoró. Vi que tenho potencial de ir bem além do que imagino. Nada acabou aqui, fui só campeão, tenho que trabalhar mais ainda para poder alcançar meus objetivos, que é conquistar meu espaço em uma grande organização”, finaliza.

Números

18 lutas

16 vitórias

2 derrotas

Campeão do RFA no peso galo – até 61 kg

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