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POLÍTICA
Da redação
26/01/2016 07:29
Atualizado
12/12/2018 08:35

Presidente da Câmara de Apodi é preso por obstruir investigação do MP/RN

João Evangelista teve prisão preventiva decretada pela Justiça a pedido Ministério Público Estadual, após intimidar testemunhas e destruir documentos; vereador é investigado por desvios há 9 meses
Josemário Alves / Arquivo

Uma operação com apoio das Polícias Civil e Militar de Apodi cumpriu, na manhã desta terça-feira (26), nove mandados de prisão preventiva expedidos pela Juíza de Direito Ana Clarisse Arruda Pereira contra o vereador João Evangelista de Menezes Filho e outras oito pessoas, atendendo pedido do Ministério Público. Participam das investigações oito Promotores de Justiça.

João Evangelista de Menezes, que é presidente da Câmara de Vereadores de Apodi, já vinha sendo investigado criminalmente pelo GARPP (Grupo de Atuação Regional de Defesa do Patrimônio Público), GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate à Criminalidade Organizada) e pela Promotoria de Justiça da Comarca de Apodi há mais de nove meses, por suspeita  de desvio de recursos públicos da Casa Legislativa.

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Os desvios de recursos públicos aconteciam através de abastecimentos de carros de particulares e do próprio presidente da Câmara no Posto de Combustível Gonzaga Melo. Segundo o Ministério Público Estadual, João Evangelista, no período de 2013 e 2014, colocou 2.501 litros de diesel em sua L200 particular e pagou com os recursos da Câmara.

Além disto, o Ministério Público Estadual também relata que vários motoqueios, carros particulares, veículo do irmão do presidente da Câmara, entre outros, abasteceram no posto Gonzaga Melo usando "ordens de abastecimentos", assinada pelo presidente da Câmara João Evangelista, todos no posto Gonzaga Melo, do empresário Terceiro Melo.

No curso das investigações da operação, denominada Apóstolo, interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram uma intensa articulação do presidente da Câmara João Evangelista no intuito de intimidar testemunhas e assim interferir no conteúdo dos seus depoimentos, além de ter destruído documentos que interessavam às investigações.

Estes documentos destruídos, por exemplo, segundo relata os promotores, eram ordens de abastecimento, onde constava o nome dos beneficiados. A intimidação das testemunhas era para elas mentirem ou sonegar informações quando fossem ouvidas pelo Ministério Público Estadual. E foi exatamente o que aconteceu com oito frentistas do Posto Gonzaga Melo.

Porém, um dos frentistas não aceitou a intimidação e falou a verdade. Informou com precisão ao promotor Eduardo Cavalcante, que conduz as investigações, como eram feitos os abastecimentos mediantes ordens de combustíveis emitidas pelo presidente da Câmara em veículos particulares, inclusive no veículo pessoal do vereador investigado.

Diante dessas circunstâncias, não restou ao Ministério Público outra alternativa senão requerer a custódia cautelar do investigado e de outras oito pessoas, que vinham tentando inviabilizar as investigações.

Os elementos de prova até agora colhidos contra João Evangelista apontam para a prática dos crimes de peculato, extravio de documentos públicos, falsidade ideológica e uso de documentos falsos, associação criminosa, denunciação caluniosa, usurpação de função pública e falso testemunho, cujo somatório das penas pode chegar a até 47 anos de prisão.

Veja lista de nomes dos oito frentistas do posto Gonzaga Melo presos preventivamente pela Justiça por mentir, após sofrerem pressão do presidente da Câmara João Evangelista, aos promotores de Justiça.

João Evangelista de Menezes Filho - (presidente da Câmara)

Franciele Fernanda Barbosa de Morais

Francisco Tibério Lopes Medeiros;

João Paulo de Oliveira;

Paulo Henrique de Oliveira;

Mozaniel de Souza Vieira

Laerton Clayton Jales Targino;

Alderi Rodrigues Vieira Sobrinho

Margônia de Lima Chaves

Veja processo na ÍNTEGRA

Com informações do MPRN e atualizada às 12h35

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