05 DEZ 2025 | ATUALIZADO 21:05
POLÍCIA
22/07/2025 17:42
Atualizado
22/07/2025 18:01

ITEP conclui perícia técnica do caso "Netão Veras" 4 meses depois

Com o documento em mãos, o delegado José Vieira, que investiga o caso, deve relatar o caso a Justiça nos próximos dias, cabendo ao Ministério Público do Rio Grande do Norte denunciar o suspeito Lucas Vinicius por homicídio culposo ou doloso; Netão foi morto atropelado no Abolição III, no dia 22 de março de 2025, em Mossoró.
Com o documento em mãos, o delegado José Vieira, que investiga o caso, deve relatar o caso a Justiça nos próximos dias, cabendo ao Ministério Público do Rio Grande do Norte denunciar o suspeito Lucas Vinicius por homicídio culposo ou doloso; Netão foi morto atropelado no Abolição III, no dia 22 de março de 2025, em Mossoró.

O Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP) de Mossoró concluiu e entregou à Polícia Civil o relatório da perícia técnica referente ao atropelamento que resultou na morte de José Martins Veras Neto, de 58 anos, conhecido carinhosamente como "Netão".

Veja mais

Voluntário do APAE é atropelado e morto no Abolição III, em Mossoró

O acidente ocorreu em 22 de março de 2025, na Avenida Abel Coelho, em frente ao Porreta Burguer, no bairro Abolição III, e teve como responsável o condutor do veículo Citroên C3 Lucas Vinícius, de 22 anos. A conclusão da perícia é um passo crucial para o avanço das investigações da Polícia Civil e para a busca por justiça pela família da vítima.

Netão era uma figura bastante conhecida e respeitada em Mossoró, atuando como voluntário em diversos projetos sociais ligados a instituições como a Liga do Câncer, APAE, Casa de Apoio à Criança Pobre e Amantino Câmara. No dia do trágico acidente, ele se deslocava de motocicleta para coletar doações destinadas à APAE.

O Acidente e as Suspeitas de Embriaguez

Imagens de câmeras de segurança revelam que Lucas Vinícius, ao volante de um Citroën C3, dirigia em alta velocidade e atingiu a motocicleta de Netão por trás, arremessando-o por vários metros e, em seguida, passando o carro por cima da vítima.

Testemunhas no local relataram à Polícia Militar e aos agentes de trânsito que Lucas Vinícius apresentava sinais visíveis de embriaguez.

O condutor permaneceu no local por quase quatro horas enquanto a PM, agentes de trânsito e a equipe do ITEP realizavam os primeiros procedimentos. A perícia técnica, que incluiu a análise de vídeos de câmeras de segurança que mostram a velocidade excessiva do veículo, foi fundamental para a reconstituição dos fatos.

Fiança e a polêmica da classificação do crime

Lucas Vinícius foi conduzido à Delegacia de Plantão por agentes de trânsito. O delegado Antônio Caetano Bauaman de Azevedo autuou-o em flagrante por homicídio culposo, arbitrando uma fiança de R$ 1.500,00, que foi paga, e o suspeito foi liberado.

A explicação para a autuação por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) foi a ausência de um documento formal dos agentes de trânsito comprovando o estado de embriaguez de Lucas Vinícius no momento da autuação.

O caso foi encaminhado ao delegado José Vieira, da 29ª Delegacia de Polícia Civil de Mossoró, que aguardava a conclusão da perícia do ITEP para dar prosseguimento à investigação. Com o relatório pericial em mãos, o delegado deve agora finalizar o inquérito e encaminhá-lo à Justiça nos próximos dias, sob responsabilidade do Ministério Público Estadual.

A possibilidade de homicídio doloso e o julgamento popular

O promotor de Justiça Italo Moreira Martins, da Vara Criminal de Mossoró, informou que, como titular da ação, há a possibilidade de mudar a denúncia de homicídio culposo para homicídio doloso, ou seja, quando o réu assume o risco de matar. Para que essa alteração ocorra, no entanto, são necessárias provas robustas no processo, sendo a perícia do ITEP uma das mais importantes.

"A família de Netão, ainda aguarda por justiça! José Martins Veras Neto (Netão) foi assassinado por um condutor de veículo alcoolizado, no dia 22/03/2025, hoje faz exatamente 4 meses do ocorrido, e a família aguarda resposta da justiça", desabafou Carol Veras, familiar da vítima, demonstrando a angústia pela demora e a esperança por uma resolução justa.

Caso as provas sejam consideradas suficientes para configurar o homicídio doloso, o promotor de Justiça poderá denunciar Lucas Vinícius por esse crime, o que pode levar o réu a um julgamento popular perante o Tribunal do Júri. A sociedade de Mossoró e a família de Netão aguardam ansiosamente os próximos desdobramentos do caso.

Acompanharemos de perto o desenrolar deste caso.


Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário