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NACIONAL
24/11/2021 09:09
Atualizado
24/11/2021 09:50

Estudo realizado em Serrana/SP mostra eficácia da vacina na redução de mortes por Covid

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Entre janeiro e maio deste ano, Serrana sediou o Projeto S, estudo de efetividade realizado pelo Butantan para entender o impacto da vacina CoronaVac no controle da pandemia de Covid-19. “Nas últimas semanas, tivemos um aumento importante no número de casos sintomáticos leves, e o número de internações e mortalidade não cresceu nas mesmas proporções. Isso claramente é um efeito da vacinação”, explica o diretor do Hospital Estadual de Serrana e investigador principal do Projeto S, Marcos Borges.; entenda.
Imagem 1 -  Estudo realizado em Serrana/SP mostra eficácia da vacina na redução de mortes por Covid. Entre janeiro e maio deste ano, Serrana sediou o Projeto S, estudo de efetividade realizado pelo Butantan para entender o impacto da vacina CoronaVac no controle da pandemia de Covid-19. “Nas últimas semanas, tivemos um aumento importante no número de casos sintomáticos leves, e o número de internações e mortalidade não cresceu nas mesmas proporções. Isso claramente é um efeito da vacinação”, explica o diretor do Hospital Estadual de Serrana e investigador principal do Projeto S, Marcos Borges.; entenda.
Estudo realizado em Serrana/SP mostra eficácia da vacina na redução de mortes por Covid. Entre janeiro e maio deste ano, Serrana sediou o Projeto S, estudo de efetividade realizado pelo Butantan para entender o impacto da vacina CoronaVac no controle da pandemia de Covid-19. “Nas últimas semanas, tivemos um aumento importante no número de casos sintomáticos leves, e o número de internações e mortalidade não cresceu nas mesmas proporções. Isso claramente é um efeito da vacinação”, explica o diretor do Hospital Estadual de Serrana e investigador principal do Projeto S, Marcos Borges.; entenda.
FOTO: REPRODUÇÃO

O crescimento no número de casos de Covid-19 entre a população do município paulista de Serrana entre setembro e outubro de 2021, com a estabilização do número de mortes, é um indicador de que a vacinação funciona e é capaz de proteger a população contra o vírus SARS-CoV-2.

“Nas últimas semanas, tivemos um aumento importante no número de casos sintomáticos leves, e o número de internações e mortalidade não cresceu nas mesmas proporções. Isso claramente é um efeito da vacinação”, explica o diretor do Hospital Estadual de Serrana e investigador principal do Projeto S, Marcos Borges.

De acordo com boletim epidemiológico publicado na sexta (19) pela Prefeitura Municipal de Serrana, em setembro de 2021 foram identificados 179 casos de Covid-19 e registradas quatro mortes; em outubro, foram 563 casos, com a ocorrência de três mortes.

Até agora, no mês de novembro foram confirmados 449 casos, mas apenas duas pessoas morreram da doença.

Entre janeiro e maio deste ano, Serrana sediou o Projeto S, estudo de efetividade realizado pelo Butantan para entender o impacto da vacina CoronaVac no controle da pandemia de Covid-19.

Por meio da pesquisa, cerca de 95% da população adulta foi vacinada com o imunizante do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac.

De acordo com Marcos Borges, para entender o que está acontecendo em Serrana neste momento é preciso comparar a cidade não com o resto do Brasil, onde o número de casos e mortes continua em diminuição, mas com Reino Unido, Israel e Alemanha.

A cidade inteira foi vacinada até abril, na mesma época que esses países já haviam imunizado grande parte de suas populações. E, assim como Serrana, eles agora vêm enfrentando um aumento no número de casos leves e da taxa de transmissão não acompanhada de um acréscimo na quantidade de óbitos.

“Isso mostra a proteção da vacina, a importância dela, e que o aumento de casos não tem a ver com o imunizante em si. Israel utilizou a vacina da Pfizer, Reino Unido utilizou a da AstraZeneca principalmente, e a gente utilizou CoronaVac. Tem a ver com a doença e com o tempo de imunidade”, explica o médico.

A redução da eficácia da vacina contra a Covid-19 com o tempo, especialmente em relação à queda na transmissão (que se reflete no aumento de casos leves), já era esperada pela comunidade científica.

Para Marcos, é essencial observar que o principal objetivo da imunização é reduzir a gravidade da doença, as internações e a mortalidade, e é exatamente isso que está acontecendo em Serrana.

Além disso, os pesquisadores não esperam que a situação se altere: o aumento no número de casos foi identificado há cerca de cinco semanas; se ele fosse resultar em um crescimento na quantidade de óbitos, isso já teria acontecido.

“Serrana serve como uma cidade sentinela. Como a gente antecipou a vacinação, ela consegue prever o que vai acontecer nas outras cidades da redondeza e no país. Muito provavelmente, como aconteceu em Serrana e nos outros países, os casos devem voltar no Brasil. Esperamos que voltem os casos leves, sem internação e sem mortalidade para não sobrecarregar tanto os serviços de saúde”, alerta Marcos.

VARIANTE DELTA E DESCUIDO NAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

Outros dois fatores explicam o aumento no número de casos em Serrana além do tempo de vacinação – ou seja, da queda na eficácia após um certo período de tempo, verificada em todos os imunizantes. É a chegada e atual predominância da variante delta do SARS-CoV-2 e o descuido da população com as medidas de higiene e proteção.

Na semana entre 24 e 30/10, a variante delta (considerando todas as mutações) continuou a ser predominante no estado de São Paulo, representando 99,8% de todas as amostras sequenciadas pela Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, coordenada pelo Butantan. Em Serrana, a situação é a mesma: a delta representa mais de 90% dos exames positivos sequenciados.

“Uma coisa que a gente reparou em Serrana é que ninguém está utilizando máscara nem em ambiente fechado. Isso propicia a propagação de doenças. A somatória dessas três coisas, novas variantes, tempo de imunidade e baixa adesão às medidas sanitárias, faz a volta dos casos sintomáticos”, conclui Marcos.

PANDEMIA DOS NÃO VACINADOS

Outro fator apontado por Marcos é a redução da chamada imunidade indireta e o surgimento de uma “pandemia dos não vacinados”.

Quando uma parte significativa da população é vacinada, essa parcela começa a proteger inclusive quem não se vacinou ou não pode se vacinar – gerando uma bolha de imunização indireta.

Mas esse efeito vai se perdendo ao longo do tempo porque a doença volta a se transmitir. Os não vacinados, então, são infectados e, por não estarem com o sistema imunológico preparado para o SARS-CoV-2, apresentam casos mais graves, internações e mortalidade. Por esse motivo, continua imprescindível que todos que podem sejam vacinados.


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