O relator da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), contrariando o Tribunal de Contas da União (TCU), apresentou nesta terça-feira (22), o relatório com suas análises sobre as contas de 2014 do governo Dilma Rousseff. A recomendação é pela aprovação das contas com ressalvas.
Segundo Gurgacz, rejeitar as contas com base numa condenação das chamadas "pedaladas fiscais" poderia "engessar" não somente a gestão do governo atual, mas de futuros presidentes da República e governos estaduais.
"Avaliamos o impacto disso para governos anteriores e governos estaduais e prefeituras. Temos 14 estados que nesse mesmo ano não cumpriram a meta fiscal. Por isso a importância de fazermos um relatório pautado na legalidade", comentou o relator.
Quanto as ressalvas sugeridas, Gurgacz diz que "as ressalvas decorrem da pouca aderência do cenário econômico fiscal projetado bimestralmente em 2014 com o comportamento efetivo da econômia, o que fragilizou a transparência do exercício orçamentário. Decorrem ainda da existência de compromissos financeiros vencidos e não pagos ou pagos com atrasos à Caixa Econômica, Banco do Brasil e FGTS".
Pelo relatório, o governo não será punido. Terá apenas que adotar medidas para "aperfeiçoar métodos", para que os itens que constam da ressalva não se repitam. "Compete ao chefe do Poder Executivo determinar aos órgãos que adotem medidas pertinentes para aperfeiçoar e corrigir os métodos, com vistas ao aprimoramento da gestão pública", diz o parecer lido por Gurgacz.
Com a apresentação do parecer, os parlamentares terão 15 dias para apresentarem emendas. Como o recesso parlamentar terá início nesta quarta (23), esse prazo terminará em 13 de fevereiro, conforme a assessoria da CMO.