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NACIONAL
Da redação / Agências de Notícias
31/05/2016 07:47
Atualizado
12/12/2018 09:38

Senadores favoráveis à admissibilidade do impeachment admitem rever votos

Os senadores Romário (PSB-RJ) e Acir Gurgacz (PDT-RO) publicizaram que diante das gravações divulgadas nos últimos dias, irão analisar com outros olhos todo o contexto do julgamento final
Agência Senado

Diante dos últimos acontecimentos políticos e várias revelações de conchavos entre líderes do PMDB, DEM, PSDB e Solidariedade, que já derrubaram dois ministros do governo interino de Michel Temer (PMDB-SP), ao menos dois senadores que votaram favoráveis à admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, admitiram rever seus votos e dessa forma alterar completamente o resultado final do processo de afastamento definitivo da petista.

Os senadores Romário (PSB-RJ) e Acir Gurgacz (PDT-RO) publicizaram que diante das gravações divulgadas nos últimos dias, irão analisar com outros olhos todo o contexto e principalmente os bastidores de tudo que está sendo revelado e poderão mudar seus votos para o julgamento final, que deve acontecer até setembro. Caso essas mudanças de voto se concretize, a predidente Dilma teria voto o suficiente para reverter o atual quadro e seria mantida à frente da presidência.

Romário não descarta que os novos acontecimentos políticos provocados pelos grampos do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, mudem seu voto. O senador do PSB votou pelo afastamento de Dilma, mas diz que “novos fatos” podem influenciar seu voto no julgamento definitivo.

"Meu voto foi pela admissibilidade do impeachment, ou seja, pela continuidade da investigação para que pudéssemos saber se a presidente cometeu ou não crime de responsabilidade. Porém, assim como questões políticas influenciaram muitos votos na primeira votação, todos esses novos fatos políticos irão influenciar também. Meu voto final estará amparado em questões técnicas e no que for melhor para o país", disse Romário.

No PSB de Romário, no Senado, cresce a tese em defesa da realização de novas eleições. Esse argumento, de nem Temer nem Dilma, pode ser usado para reverter votos contra Dilma na Casa. Entre os líderes dos partidos aliados de Michel Temer, há uma preocupação com os erros sucessivos e que as crises políticas afetem a votação do impeachment.

O PT vai usar, na defesa de Dilma na comissão do impeachment, a conversa de Machado com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), em que o então ministro do Planejamento diz que a aprovação do impeachment de Dilma poderia “estancar a sangria”. A interpretação é que o objetivo do impeachment era interromper as investigações da Lava-Jato, que atinge vários integrantes da cúpula do PMDB.

Já Acir Gurgacz assegurou a seu partido, segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi, que mudará sua posição e votará contra o impeachment desta vez. Por conta disso, o Diretório Nacional do PDT adiou ontem decisão sobre uma punição disciplinar aos senadores do partido. Ainda de acordo com Lupi, o senador Lasier Martins (PDT-RS) pretende manter seu voto favorável ao afastamento de Dilma.

"O Acir vai votar contra (o impeachment), ele mandou por escrito", disse Lupi.

"O que eu coloquei é que a admissibilidade (do impeachment) era uma necessidade, porque a população estava cobrando a discussão. O mérito é outro momento, estamos avaliando. Entendo que não há crime de responsabilidade fiscal por causa das pedaladas (fiscais), mas a questão é mais pela governabilidade, pelo interesse nacional", detalha Gurgacz.

O Diretório Nacional do PDT expulsou ontem o deputado Giovani Cherini (RS) por ter votado a favor da abertura do processo. Apesar de também terem apoiado o afastamento de Dilma, outros cinco deputados receberam uma punição praticamente simbólica, a suspensão por 40 dias.

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