28 MAR 2024 | ATUALIZADO 17:59
NACIONAL
Com informação do G1-PE
31/05/2016 07:17
Atualizado
12/12/2018 09:38

Temporal deixa 900 desalojados e 7 mortos em cidades do Grande Recife

Foram 800 desalojados em Paulista, 70 no Recife e 30 em Olinda. Chuvas também ocasionaram queda de árvores e acidentes de trânsito.
G1-PE

As fortes chuvas que caíram na Região Metropolitana do Recife desde o início da madrugada desta segunda-feira (30) causaram inúmeros transtornos e muita preocupação e prejuízo, além de sete mortes. O temporal deixou 800 desalojados em Paulista, 70 na capital pernambucana e 30 em Olinda, segundo as Defesas Civis dos respectivos municípios.

Segundo a Apac, em seis horas, choveu 200 milímetros no Recife – mais da metade do esperado para todo o mês de maio (358 milímetros). A quantidade de água provocou alagamentos em diversos pontos da região. Uma parte do calçadão na Orla de Olinda desabou, e no Recife o túnel do bairro do Pina – mais baixo que as vias do entorno – ficou intransitável por causa do volume de água.

Sobre os problemas ocasionados pelo temporal na capital pernambucana, que, da 1h às 7h, recebeu uma chuva de 200 mm, a Prefeitura do Recife divulgou um balanço do que foi registrado pelas entidades municipais. Durante a manhã da segunda-feira, a Defesa Civil do município registrou 53 chamados para vistorias, 31 para colocação de lonas, registrou 46 deslizamentos de barreira, com nove imóveis danificados.

Por conta das chuvas, aproximadamente 70 pessoas que moram nas margens do Rio Beberibe, próximo ao bairro da Linha do Tiro, foram removidas para a Escola Municipal Paulo VI, onde estão abrigadas e receberam alimentação. Já o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) recebeu 33 chamados no Recife através do telefone 192. Também devido ao temporal, as aulas em escolas, creches e creches-escolas municipais foram canceladas nos três turnos.

De acordo com a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), seis acidentes foram registrados de meia-noite às 11h, todos sem vítimas. Também nesse período cinco semáforos apresentaram problemas e receberam ajustes de manutenção. A companhia também informou que seis guinchos estão em pontos estratégicos para facilitar a desobstrução das vias e podem ser acionados em casos de acidentes ou outros transtornos.

Segundo a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), foram registradas quedas de árvores na Rua Faustino Porto, em Boa Viagem; Avenida da Saudade, em Santo Amaro; Avenida Santo Dumont, nos Aflitos; Rua Conselheiro Nabuco, em Casa Amarela, e Rua Rio Botafogo, na Guabiraba. Qualquer solicitação pode ser realizada pela Central 156.

Já os serviços no sistema de drenagem, com a desobstrução das galerias, aconteceram em diversos pontos da cidade, como a Avenida Agamenon Magalhães; o entorno da Estação Joana Bezerra; a Rua Epaminondas Cristóvão de Oliveira, nos Torrões; e a Rua Fernando de Noronha, na Várzea.

Herói
Em meio ao cenário catastrófico causado pelo temporal desta segunda-feira (30) na Região Metropolitana do Recife, uma imagem chamou a atenção. Em Olinda, um operador de telemarketing retirou a mãe de casa com uma prancha de stand up paddle (SUP).

Tentando se abrigar debaixo de seu guarda-chuva, a aposentada Giselda Guimarães, de 68 anos, era empurrada pelo filho, que se equilibrava com a água na altura do pescoço, na Rua Manuel Carvalhal, em Casa Caiada.

De acordo com Thomaz Guimarães, de 27 anos, essa foi a solução para sair de casa antes que a água subisse mais. “Já estava na altura do joelho, estava chegando perto das tomadas, o que me preocupou. Desliguei tudo e sai de casa, deixando tudo que temos lá. Inclusive nossos três cachorros”.

No entanto, o operador de telemarketing não imaginava o que encontraria ao abrir a porta de casa. “Nunca vi minha rua assim. Ela vem piorando desde as últimos três chuvas, mas nada assim. A sorte que encontrei a prancha da minha irmã aqui. Não ia deixar minha mãe entrar nessa água”, conta ao dizer que tem medo de pegar alguma doença.

Agora, Thomaz e a mãe aguardam a água baixar na casa da sua tia, cerca de 500 metros de distância. Logo mais, pretende ir buscar os cachorros. “Estamos todo aqui na casa da minha tia porque o começo da rua não alaga, mas estou preocupado com os meus cachorros. Vai ser difícil deixa-los quietos, mas vou trazê-los com a prancha também”.

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