23 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:35
POLÍTICA
CEZAR ALVES, DA REDAÇÃO
26/01/2019 09:25
Atualizado
26/01/2019 09:47

[OPINIÃO] "Brasil acima de tudo" e traição a pátria com privatizações

Tragédias como a de Mariana e agora em Brumadinho mostram que privatizar as reservas naturais do Brasil é um ato de traição a pátria, muito distante de medida de desenvolvimento do Brasil. Figura mais como traição a pátria, ao contrário do falso discurso "Brasil acima de tudo"
Destruição gigantesca causada pelo rompimento da Barragem de Contenção de Rejeitos da Vale do Rio Doce, em Brumadinho, Minas Gerais
REUTERS/WASHINTON ALVES

O sujeito é brasileiro, se diz nacionalista e grita aos quatro cantos que defende a pátria, porém é o mesmo que defende, com unhas e dentes, privatizar a exploração das reservas naturais brasileiras, telecomunicações, bancos e até a Casa da Moeda.

E isto não é só um discurso absurdamente incoerente. É criminoso. 

As tragédias de Mariana, há três anos, e a de Brumadinho, no final da manhã desta sexta-feira, 25, mostram, com clareza, o quanto é irresponsável e criminoso entregar a exploração das reservas naturais do Brasil ao capital exploratório e ganancioso externo.  

Qual sentido tem retirar o ferro do subsolo de Minas Gerais/Brasil (isto é o que faz a Vale do Rio Doce, dona da barragem de Mariana e de Brumadinho), deixar um rombo ambiental gigantesco, levar esse ferro para gerar muita renda e empregos em outros países? 

O crime absurdo e revoltante contra a economia brasileira acontece quando o capital externo extrai o ferro no Brasil pagando em real, leva bruto para beneficiar e gerar muita renda em outros países, e depois vende o ferro, em dólar, ao Brasil.  

O mesmo já está acontecendo com a Petrobras, que tornou o Brasil autossuficiente em petróleo em 2006, no governo do PT. Nesta época fatia da Petrobras já pertencia ao capital externo. Havia sido entregue pelo então governo do PSDB, antes da chegada do PT.  

A ideia do governo do PT era instalar refinarias para os tipos de óleos que produzia e construir navios petroleiros no Brasil, gerando milhões de empregos. Mas precisava beneficiar o óleo bruto que já produzia em algum lugar, enquanto instalava as refinarias no Brasil. 

Investiu em Pasadena, no EUA, e massivamente nas construções de navios e refinarias no Brasil. Nesta época, a taxa de desemprego no Brasil era de 4,5%, a mais baixa da história. Era o que deveria ser feito com o ferro; fazer siderúrgicas e gerar renda no Brasil. 

A quem interessa privatizar (entregar a Petrobras ao capital externo, como fizeram com a Vale) para estes gananciosos extraírem o óleo bruto no Brasil pagando em real, levar para beneficiar no exterior, e vender aos brasileiros a preço da moeda americana? 

Certamente a você, leitor, que paga mais de R$ 4 reais num litro de gasolina, não é.

As estatais brasileiras deveriam contribuir com o desenvolvimento do Brasil e não com o aumento dos lucros dos investidores da Bolsa de Nova York, deixando no Brasil um rombo ambiental gigantesco, centenas de mortes e mais de 14 milhões de desempregados. 

À parte

O discurso de que se não privatizar as estatais vai está alimentando a corrupção não é só incoerente. É uma confissão de que é incompetente, logo, irresponsável, para não dizer criminoso, considerando o que aconteceu com as barragens de Mariana e de Brumadinho. 

Se existe corrupção dentro da estatal, que seja competente enquanto governo no combate a corrupção, e não entregue as reservas naturais brasileiras ao capital exploratório, ganancioso e criminoso de outros países. Isto é traição a pátria o não “Brasil acima de tudo”. 

Notas

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